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Presidente Saddam Hussein repele marginal travestido de 'juiz'
Por Hora do Povo - Friday, Feb. 03, 2006 at 4:30 PM

A equipe de defesa de Saddam Hussein exige o afastamento de Abdul Rahman como “juiz”-chefe da corte-farsa pois o elemento é condenado à prisão perpétua por tribunal iraquiano em 1977 e faz parte de partido separatista “curdo” que lutou contra o Iraque na guerra com o Irã

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Presidente Sadam repele marginal travestido de ‘juiz’


A equipe de defesa de Sadam exige o afastamento de Abdul Rahman como “juiz”-chefe da corte-farsa pois o elemento é condenado à prisão perpétua por tribunal iraquiano em 1977 e faz parte de partido separatista “curdo” que lutou contra o Iraque na guerra com o Irã


A equipe de defesa do presidente Sadam Hussein exigiu o afastamento do lacaio Abdul Rahman, novo “juiz”-chefe da corte-farsa de Bush no Iraque, por completa e evidente parcialidade, denunciando que este foi condenado pelo tribunal revolucionário iraquiano à prisão perpétua em 1977, tem uma rixa pessoal com Sadam e com o comando baasista, é natural de Halabja e teve familiares ali mortos por armas químicas em 1988 – crime cometido pelo Irã, mas que tentam atribuir aos iraquianos. Na quarta-feira dia 1º de fevereiro, como fora anunciado, o presidente Sadam, o vice Taha Ramadan, o irmão de Sadam, Barzan Al Tikrit, o chefe do tribunal revolucionário, Awad Al Bandar, e o dirigente do Baas em Dujail, Mezhir Ruwaid, e toda a equipe de defesa boicotaram a nona “audiência”.

No domingo, Rahman havia mandado arrancar à força Al Tikrit da “corte”, depois que este, que sofre de câncer, denunciou seu estado de saúde e exigiu ser transferido para um hospital, o que vem sendo negado pelo Pentágono. Quando seu advogado, que é o presidente da Associação dos Advogados da Jordânia, a OAB de lá, rechaçou a agressão ao seu representado, também foi tirado com o uso da força e, assim que toda a equipe de defesa se retirou em solidariedade, Rahman nomeou quatro serviçais como pretensos novos “advogados de defesa” contra a vontade dos defendidos e contra as mais elementares normas de direito. Sadam, então, repeliu os farsantes, comunicou que “não tolerava continuar no tribunal” e, após um duelo verbal com Rahman, saiu, bradando “Abaixo os traidores, abaixo os EUA”, acompanhado por Ramadan, Al Bandar e Ruwaid. Rahman, que prometera aos seus amos botar cabresto em Sadam mas acabou tosquiado, encenou então que ele é que estava “expelindo” o presidente e manteve por mais quatro horas a farsa, com três testemunhas secretas, que declamaram scripts decorados, escondidas por uma cortina, com voz truncada eletronicamente e que sequer foram inquiridas pela nova “defesa”.

SEM LEGITIMIDADE

“Depois de tudo que aconteceu, a equipe de defesa se viu diante de apenas uma escolha – o boicote de uma corte que não tem qualquer legitimidade, é inconstitucional e já tomou a priori a decisão de condenar o presidente”, afirmou Dulaimi. “Durante nossa busca nos arquivos, nós descobrimos que Rahman tem uma rixa pessoal e política com o presidente Sadam Hussein e com o comando Baasista”. O advogado demonstrou que Rahman não podia ser imparcial porque havia sido condenado duas vezes à revelia por tribunais durante o governo de Sadam e era membro de um partido curdo separatista, “que era inimigo de meu cliente”. Melhor dizendo, inimigo do Iraque, já que lutou ao lado do Irã na guerra Irã-Iraque. Em 1977, ele foi condenado à prisão perpétua, à revelia, pois estava foragido. Presume-se que a condenação foi por traição à pátria, já que até agora não se falou em corrupção.

“Não podemos participar de qualquer sessão de julgamento a menos que o juiz-chefe renuncie, porque ele mantém um rancor pessoal contra o meu cliente”, reafirmou Dulaimi, formalmente o chefe da equipe de defesa perante a corte de Bush. “Esta é a principal condição para participar de qualquer sessão futura”, acrescentou. Cinicamente, a única coisa que Rahman admite é que é natural de Halabja e que teve parentes mortos em 1988, mas que isso não seria um impedimento, já que “no momento que Halabja vier à minha mente, eu me removerei do julgamento imediatamente”. Ou seja, é uma “questão íntima, subjetiva”, que ele é que resolve – como se não fosse o invasor que decidisse e Bush não precisasse desesperadamente de um “fato novo” para ocultar seu desastre no Iraque e favorecê-lo nas eleições de novembro nos EUA.

ANTECEDENTES

Com tais antecedentes, Rahman estaria impedido em qualquer tribunal minimamente merecedor desse título, em qualquer lugar do mundo, de ser juiz, mas naturalmente este não é um tribunal, é uma farsa de Bush para esconder sua agressão ao Iraque e seus crimes de guerra e para encenar o “julgamento” do presidente do país invadido. No entanto, a substituição, às pressas, do então “juiz”-chefe Rizgard Amin, por um canalha mais desqualificado e mais exposto, Rahman, é um sintoma do grau de falência da farsa de Bush. O presidente Sadam triturou o lacaio Amin, a tentativa de intimidar a defesa assassinando dois advogados e ferindo um terceiro fracassou, o apoio internacional à defesa de Sadam se espraiou e o que estava se colocando era o julgamento da invasão, pela televisão iraquiana, nas barbas do invasor e dos seus lacaios e com a Resistência explodindo invasores e lacaios por todo o país.

CIA & ESCROQUES

E olhe que a CIA achava que tinha preparado tudo, desde antes da invasão, organizando seu “tribunal”, para o que chamou um sobrinho do escroque foragido da Jordânia, Ahmed Cha-labi, e seu agente. “Juristas” da CIA “formataram” o “tribunal”, equipes do FBI forjaram “provas” e “testemunhas” e milhões de dólares foram gastos no adestramento de lacaios, em Londres, para encenarem serem “juízes”, “advogados” e “promotores”. Em dezembro do ano passado, três meses após o início da encenação, Amin já estava em decomposição e com a cabeça a prêmio.

“EUA ATRÁS DA CENA”

Dulaimi denunciou que “o novo juiz está preparando uma rápida condenação sob ordens daqueles que dirigem a corte criada pelos EUA por trás da cena”. Ele acrescentou que Rahman está abertamente “agindo a favor da acusação, o que significa que perdeu a imparcialidade”. O advogado também condenou a realização, por meia hora, de uma sessão a portas fechadas, na “audiência” de quarta-feira que foi boicotada por ele, Sadam e demais líderes iraquianos, considerando isso uma “coação” e “ilegalidade”.


ANTONIO PIMENTA


Jornal HORA DO POVO - 03/02/2006


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