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SOB a bandeira da "democracia" EUA monta novo tabuleiro para dominar o Oriente
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Wednesday, Feb. 23, 2011 at 12:09 PM
lbiqi@hotmail.com

Aproveitando-se dos "ventos democráticos" que sopram na região, Obama resolveu tirar proveito da situação e tentar liquidar a questão da derrubada do regime dos aiatolás no Irã no bojo de uma guerra civil no país que outrora foi o símbolo maior do anti-americanismo na região, a Líbia

OFENSIVA IMPERIALISTA

SOB A BANDEIRA DA "DEMOCRACIA" EUA MONTA NOVO TABULEIRO POLÍTICO NO ORIENTE PARA LEGITIMAR SUA DOMINAÇÃO NA REGIÃO

Aqueles que freneticamente saudaram as mobilizações populares contra as ditaduras na Tunísia e no Egito como sendo a mais pura expressão de uma "revolução árabe", chegando mesmo ao delírio político de caracterizá-la como a "primeira fase da revolução socialista", agora dobram a aposta ao considerar como um legítimo "movimento de massas ainda mais profundo que no Egito", as manifestações reacionárias e pró-monarquistas que cruzam a Líbia contra o decadente regime nacionalista de Muammar Kadaffi. Os supostos "revolucionários" manifestantes líbios, que "ocuparam" a cidade de Benghazi e hastearam a bandeira do antigo monarca, rei Idris, em alguns prédios públicos, são comandados pelo "Comitê da Liberdade e Justiça" presidido por Fathi Al Warfali, organização que ganhou notoriedade internacional ao apoiar a invasão do Iraque pelos EUA. Agora os "insurretos revolucionários" estão a clamar por uma invasão da OTAN na Líbia e pelo desmembramento da rica região de Benghazi, sede das multinacionais petrolíferas na Líbia. Qualquer semelhança com a reivindicação dos ex-"insurretos" fascistas de Santa Cruz de La Sierra na Bolívia não é mera coincidência.

Mas para a "Grande Família" dos revisionistas do trotskismo, que em coro uníssono exala o embuste da "Revolução Árabe", a ameaça de uma guerra civil na Líbia manietada por Washington, é a expressão mais refinada do tal "processo revolucionário". Vejamos o que afirma o PTS argentino, um dos melhores porta-vozes do exitismo oportunista da "grande família": "No dia de hoje (segunda 21/02) o levantamento das massas líbias se instalou na capital Trípoli, depois que as massas se apoderaram mediante uma insurreição da segunda cidade do país, Benghazi, o coração do processo revolucionário em curso... parece que a primavera árabe não só vai se estendendo, senão que também está se radicalizando e tornando-se mais poderosa, logo do salto que significou a queda revolucionária de Mubarak." (sítio PTS, Juan Chingo, 21/02). Nós da LBI, vimos exaustivamente polemizando com estas "análises" pretensamente "radicais" da esquerda revisionista, mas que na verdade encobrem uma profunda adaptação ao processo de transição democrática burguesa ordenada pelas classes dominantes (apesar da pressão das massas) que está em curso no Norte da África e Oriente Médio, no chamado "mundo árabe". Ao classificar a transição dos governos autocráticos e semi-feudais, para regimes de certa institucionalização democrática, mas que mantém intactas as estruturas do próprio Estado capitalista (FFAA, Corte constitucional) como um processo revolucionário, estes senhores acabam por anular na consciência das massas a própria perspectiva de uma verdadeira revolução socialista, ou mesmo sequer "político-democrática". Se o que está em curso já é então uma "revolução", ou seja, a instalação da paródia da democracia burguesa, por que lutar por um regime social superior? As massas estão sendo enganadas pelo conto da "revolução triunfante" e limitando suas reivindicações a demandas econômicas no patamar do próprio modo de produção capitalista. Não é à toa que o termo "revolução" é fartamente utilizado agora pela mídia imperialista e repetida mecanicamente pelos estúpidos revisionistas. É exatamente por exaltarem os próprios limites políticos e estratégicos das revoltas populares que aceleraram a saída de títeres senis como Mubarak e Ben Ali, que agora passaram a enxergar na manipulação direta do imperialismo ianque no processo de transição árabe, no caso líbio e iraniano voltada contra seus adversários na região, como sendo a "extensão da revolução socialista" dirigida pelo Departamento de Estado dos EUA.

Este mesmo debate permeou a esquerda brasileira na década de 80, quando da transição da ditadura militar para o governo democrático da "nova república", impulsionada pelo processo das multitudinárias manifestações pelas "Diretas Já", que aceleraram a saída de cena dos generais no poder há 20 anos. Nesta época, somente os morenistas da CS, hoje PSTU, falavam timidamente que teria ocorrido a tal "Revolução Democrática" protagonizada pelas massas na campanha das Diretas Já , que ocupou as principais praças do país. Tratava-se de uma tremenda adaptação à "Transição Transada" de Tancredo Neves e José Sarney, que de revolução não tinha o menor resquício. Hoje no Egito e Tunísia ocorre algo semelhante ao Brasil em meados dos 80, a diferença é que o imperialismo, a grande mídia e os parvos da esquerda reformista resolveram batizar a transição democrática burguesa com a alcunha de "revolução", sem dúvida um grande desserviço à causa da genuína revolução socialista, que deve ser construída a partir de organismos de poder do proletariado (sovietes) e não simplesmente de manifestações de rua, por mais massivas que estas sejam.

A Líbia, amanhã o Irã e, talvez posteriormente, a Síria são os alvos prioritários do imperialismo e do sionismo para concluir o processo de transição política na região. A questão é que nestes países as massas acumularam algumas conquistas reais, oriundas dos processos revolucionários nacionalistas do final dos anos 60 e 70. A Líbia de Kadaffi vivenciou uma revolução política que expropriou a dinastia real e desmontou suas forças armadas leais ao imperialismo, por isso sofreu sanções imperialistas que obrigou o regime da "revolução Al Fateh" a ir além de seus objetivos iniciais, expropriando ramos da economia, mas mantendo intacto o Estado capitalista. Passados mais de quarenta anos da queda do rei Idris, Kadaffi restabeleceu fortes vínculos com o imperialismo europeu, para o qual é o principal fornecedor de petróleo. Abriu o país para as transnacionais que transformaram a cidade de Benghazi na "Meca" capitalista de uma nova burguesia emergente, que pretende se livrar dos traços da relativa estatização econômica. Aproveitando-se dos "ventos democráticos" que sopram na região, Obama resolveu tirar proveito da situação e tentar liquidar a questão da derrubada do regime dos aiatolás no Irã no bojo de uma guerra civil no país que outrora foi o símbolo maior do anti-americanismo na região, a Líbia. Caindo o regime de Kadaffi, o governo de Teerã teria seus dias contados, no cálculo dos estrategistas do Pentágono, seria uma jogada de mestre do Partido Democrata que já contava com uma derrota quase certa nas próximas eleições presidenciais norte-americanas.

Ao contrário do que pensam os incautos, a saída do velho corrupto e impopular Mubarak já vinha sendo planejada há muitos anos pela Casa Branca, contando sempre com a resistência do governo de Israel, temeroso de uma ascensão islâmica no país fronteiriço. Quando Ben Ali fugiu da Tunísia acossado por uma revolta popular de grandes dimensões, Obama vislumbrou a retirada de cena de Mubarak e negociou diretamente com as forças armadas do Egito, que controlam o processo de transição democrática assegurando que o país não acabe em nenhuma aventura muçulmana "radical". As massas egípcias carentes de uma programa socialista e de uma direção classista e anti-imperialista, inebriadas pelo conto da "Revolução Vitoriosa" abraçam a democracia burguesa ocidental como sua realização política superior, em um quadro de "abertura" democrática por etapas controladas pelos militares.

Os que apóiam cegamente "as massas" em qualquer direção, tiveram a sorte de não existirem na época da Alemanha de Hitler, pois com certeza estariam do mesmo lado das multidões nazistas que lotavam estádios e praças. Neste momento os que defendem o movimento contra-revolucionário na Líbia são os mesmos que comemoraram o fim da URSS como um "fato revolucionário" e enxergaram nos "bolsões" reacionários sedentos da ocidentalização capitalista um verdadeiro "movimento de massas".

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA

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contradicciones inevitables
Por dave - Wednesday, Feb. 23, 2011 at 1:07 PM

el articulo ofrece esta descripcion del regimen libio:
Passados mais de quarenta anos da queda do rei Idris, Kadaffi restabeleceu fortes vínculos com o imperialismo europeu, para o qual é o principal fornecedor de petróleo. Abriu o país para as transnacionais que transformaram a cidade de Benghazi na "Meca" capitalista de uma nova burguesia emergente, que pretende se livrar dos traços da relativa estatização econômica.
entonces que revolucion libanesa estariamos defendiendo? una cuya principal preocupacion es el calcio italiano? no se. creo que de este proceso revolucionario en el norte de africa lo que tenemos son nuevas preguntas.

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