Julio López
está desaparecido
hace 6429 días
versión para imprimir - envía este articulo por e-mail

“ABAIXO O DITADOR KADAFFI”! “VIVA A INTERVENÇÃO HUMANITÁRIA DA OTAN”!
Por LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA - Tuesday, Mar. 01, 2011 at 11:56 AM
lbiqi@hotmail.com

Nesse momento em que a Líbia já está sendo atacada pela OTAN com restrição militar de seu espaço aéreo, é tarefa vigente alertar programaticamente o proletariado acerca das "mobilizações populares" a favor do "Abaixo Kadaffi" que expressam os interesses dos inimigos de classe, sobretudo, o imperialismo

"ABAIXO O DITADOR KADAFFI"! "VIVA O RETORNO DA DEMOCRÁTICA MONARQUIA E A INTERVENÇÃO HUMANITÁRIA DA OTAN"!

CULTO AO ESPONTANEÍSMO DAS MASSAS E ADAPTAÇÃO À DEMOCRACIA BURGUESA, DUAS FACES DA MESMA MOEDA DA VERGONHOSA CAPITULAÇÃO DO REVISIONISMO AO IMPERIALISMO

O culto ao movimento espontâneo das massas árabes no processo de transição democrático-burguesa foi a tônica da esquerda revisionista nas mobilizações que ocorreram na Tunísia e Egito que, apesar da radicalidade "democrática" não chegaram a ter sequer uma feição anti-imperialista e tampouco socialista. Desgraçadamente estão fazendo muito pior em relação aos "protestos" pró-imperialistas (dirigidos pela oposição reacionária, entre a qual estão os remanescentes da ultraconservadora monarquia pró-ocidente, deposta no final dos anos 60) que ocorrem nesse momento na Líbia voltados para derrubar o regime nacionalista burguês de Kadaffi. Esta é uma operação orquestrada diretamente pela Casa Branca, através de conhecidas entidades anti- Kadaffi há muito tempo financiadas pela CIA, que ameaça com uma iminente intervenção militar da OTAN neste país.

Todo o fetichismo em torno das ações "independentes" das massas, marcado hoje no excitado apoio às reacionárias mobilizações na Líbia, é uma constante recorrente na trajetória dos revisionistas do trotskismo, a exemplo da defesa das manifestações contrarrevolucionárias que levaram à queda do rumo de Berlim em 89 (onde repetiam como cacatuas mentiras do "ocidente" contra o "déspota" Honecker) e a restauração capitalista nos países do Leste europeu. A raiz programática dessa política é a crescente adaptação à democracia burguesa, tendo como um de seus desdobramentos a criação de fantasias em torno de "ascenso insurrecional" das massas e revoluções triunfantes, numa completa distorção dos conceitos de Marx, Lênin e Trotsky sobre os processos revolucionários.

O resultado deste "desvio" da teoria marxista é uma fuga artificial e desastrosa da realidade que marca a atual etapa da luta de classes, de reação ideológica e profundo retrocesso no nível de consciência da classe operária. Vejamos a que ponto chega o discurso delirante dos revisionistas da principal seção da LIT, o PSTU, sobre a imaginária "revolução democrática" no Egito: "Uma revolução vitoriosa é uma injeção de ânimo para os lutadores de todo o mundo. As massas em ação conseguiram dividir um poderoso exército, mostrando que o mais sólido Estado pode desabar quando elas entram em movimento. O povo egípcio passou por cima das direções conciliadoras que queriam um acordo para manter Mubarak até setembro. As massas mostraram que, quando têm uma clara vontade política, podem fazer maravilhas. Isso é um antídoto forte contra o ceticismo" (Editorial do jornal Opinião Socialista nº 418). Como já havíamos pontuado, a revolta popular que culminou com a renúncia de Mubarak não foi sequer um esboço de revolução democrática, muito menos vitoriosa, primeiro porque não houve no curso das mobilizações a criação de organismo de poder das massas, não por acaso pela ausência de uma direção revolucionária e segundo pelo próprio desfecho da crise através de um acordo tutelado pelo imperialismo ianque que deixou no poder do "dividido" exército do Egito o controle do Estado para realizar o processo de transição política do regime.

A conduta "exitista" de toda a horda de revisionistas com o espontaneísmo das massas está na contramão da militância revolucionária, afinal como afirmava Lênin em "O Que Fazer", a espontaneidade é uma tendência do movimento operário: "de se refugiar sob as asas da burguesia" e, portanto, deve ser combatida. Ademais é importante destacar que nem todas as mobilizações "espontâneas" das "massas" expressam uma tendência progressista, existem também as que apresentam conteúdo notadamente reacionário como é o caso atual da Líbia. A defesa do "Abaixo Kadaffi" no bojo da ofensiva imperialista está a serviço das forças mais reacionárias da região (chefes tribais pró-monarquia) que, sob o manto da defesa da democracia, arrastam atrás de si um setor mais atrasado das massas. A derrubada revolucionária do governo burguês de Kadaffi deve estar a cargo das organizações do proletariado empunhando uma plataforma claramente anticapitalista e anti-imperialista e nunca em uma "frente única" com Obama, a monarquia e a OTAN. Trotsky quando esteve exilado no México presenciou varias manifestações "populares" reacionárias contra as nacionalizações feitas pelo governo burguês do general Cárdenas, na época a oposição pró imperialista afirmava que Cárdenas era um ditador e que suas medidas isolariam o país do mundo "democrático". O "velho" bolchevique se recusou a embarcar na cantilena do falso radicalismo e foi torpemente acusado de ter se "vendido" a Cárdenas, inclusive por dirigentes da própria Quarta Internacional, como o argentino Quebracho. Posteriormente, a seção mexicana da Quarta Internacional rompe com Trotsky assumindo o mesmo rosário de calúnias e aderindo ao ultra-esquerdismo pró-imperialista.

Nesse momento em que a Líbia já está sendo atacada pela OTAN com restrição militar de seu espaço aéreo, é tarefa vigente alertar programaticamente o proletariado acerca das "mobilizações populares" a favor do "Abaixo Kadaffi" que expressam os interesses dos inimigos de classe, sobretudo, o imperialismo, atuar politicamente naquelas que representem um sentimento progressista dos explorados, dotando-as de consciência, ou seja, de uma plataforma revolucionária dirigida por um partido trotskista em cujo escopo esteja um programa de ação voltado para a tomada do poder: a criação de organismos de poder das massas balizados por uma estratégia militar como preâmbulo essencial da revolução socialista.

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA

agrega un comentario