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LÍBIA: É POSSÍVEL SER ANTI-IMPERIALISTA APOIANDO OS “REBELADOS” PRÓ-OTAN?
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Wednesday, Mar. 23, 2011 at 5:08 PM
lbiqi@hotmail.com

Os revolucionários estão pela defesa incondicional da nação oprimida e por sua vitória militar contra o imperialismo! Vencido o imperialismo, com as massas em ascenso por sua vitória, trataremos de acertar as contas com o decadente regime burguês de Kafaffi

UNIDADE DE AÇÃO PELA VITORIA DA LÍBIA ATACADA PELAS POTÊNCIAS IMPERIALISTAS

É POSSÍVEL SER ANTI-IMPERIALISTA APOIANDO OS “REBELADOS” PRÓ-OTAN?

A intervenção militar do imperialismo sobre a Líbia já lançou centenas de bombas contra as tropas do exército nacional do país, comandadas por Kadaffi, inclusive atingindo locais onde o comando da operação estrangeira achava que se encontrava o centro do regime. O governo da Líbia já contabiliza 10 mil civis mortos nas regiões próximas a Trípoli e nas cidades alvos das forças da OTAN. A cada covarde ataque imperialista os “rebelados” concentrados em Benghazi comemoram entusiasticamente. Auxiliados pelos bombardeios dos jatos das grandes potências capitalistas, usando as armas que entraram na Líbia vindas da Arábia Saudita e Israel e tendo a ajuda dos assessores militares ianques, franceses e espanhóis esses mercenários a serviço da CIA são apresentados por grande parte da esquerda como “rebeldes em luta contra a ditadura sanguinária de Kadaffi”. Agora que a intervenção militar imperialista é uma realidade incontestável, o que até há pouco tempo era negado por essas correntes, este mesmo arco revisionista meio atônito se diz contrário à ação da OTAN, mas segue defendendo o “Abaixo Kadaffi” e apoiando os “insurretos” pró-monárquicos. Chegam a dizer em seu mundo imaginário e para melhor encobrir sua posição criminosa, que é necessário abrir uma “segunda frente” na guerra e, desde o campo dos rebeldes aliados e equipados pela própria OTAN, combater a intervenção imperialista... também poderiam pedir ajuda ao “Super Man”!


A LBI, que desde o primeiro momento denunciou as supostas “mobilizações” na Líbia como ações orquestradas pelo imperialismo, levando uma luta política aberta principista contra aqueles que em nome da fantasiosa “revolução árabe” apóiam a política de reação democrática montada pela Casa Branca, vem novamente colocar o debate desde o ponto de vista do marxismo revolucionário e não das fábulas de Aladim: seria realmente possível estar no terreno da luta anti-imperialista apoiando os "rebelados" pró-OTAN na Líbia?

Em primeiro lugar é preciso registrar que grande parte da família revisionista alardeava que a intervenção militar da OTAN era uma invenção para fazer “eco às afirmações do próprio Kadafi”. Longe de rechaçarem a então possível ação militar, os morenistas, por exemplo, escreveram um artigo atacando Fidel Castro e todos aqueles que denunciavam que a intervenção estava em marcha, afirmando literalmente que “Em outras palavras, com a justificativa de um suposto perigo de uma iminente invasão da OTAN, Castro apóia o ditador Kadafi que está massacrando seu próprio povo” (Sítio PSTU, 24/02). O PTS argentino, na mesma tonada, declarou que o imperialismo não iria intervir na Líbia porque Kadaffi já estava fazendo o trabalho de “atacar a revolução”. Às vésperas do Conselho de Segurança da ONU aprovar a chamada “zona de exclusão aérea”, o patético PTS afirmava: “Dificilmente o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que se reunirá nestes dias para discutir que política ter ante a situação na Líbia, logre superar suas diferenças, ainda que não se pode descartar que logo que Kadafi faça parte do trabalho sujo, liquidando as forças do levantamento, Estados Unidos e outras potências terminem atuando para definir a seu favor o futuro regime da Líbia” (Sítio PTS, 17/03).

O PCO foi ainda mais longe. Além de declarar que a OTAN não iria intervir, ainda afirmou que “O imperialismo dá carta branca para Kadafi golpear a revolução” (11/03). Vendendo que o imperialismo é aliado de Kadaffi em meio ao conflito, imersa em completo delírio, Causa Operária completou: “Embora permaneça em discussão a possibilidade de uma intervenção militar dirigida pelos EUA e os demais membros da OTAN, a guinada dada por Kadafi na situação interna do país fez com que os governos imperialistas recuassem de seus planos” (Idem). Dizendo textualmente que Kadaffi age “sob proteção do imperialismo mundial” declara “Na medida em que as forças de Kadafi avançam sobre a oposição fica mais e mais evidente que o impulso para sua ação contrarrevolucionária vem justamente de seus aliados mais recentes, os governos imperialistas europeus. A recusa em intervir militarmente contra o regime líbio representa o consentimento dado para que Kadafi esmague a revolução por sua própria conta e restabeleça as ligações econômicas, militares e estratégicas com o imperialismo que foram abaladas pelo levante no país” (Ibdem). Não perderemos nosso tempo em demolir tais asneiras porque as posições do PCO, desmentidas uma a uma pela própria realidade, falam por si mesmas.

A desnorteada TPOR enveredou no mesmo caminho, alardeando que “É necessário, também, rejeitar a posição do estalinismo e do castro-estalinismo que lançaram a suspeita de que por trás do levante está o imperialismo e a reação tribal, e que por isso saem em defesa, mais ou menos aberta, da ditadura de Kadafi” (Massas 27/02). Agora que a OTAN bombardeia Kadaffi sob os aplausos dos “insurretos” não há qualquer dúvida de que lado o imperialismo está, desmascarando os seguidores perdidos do falecido Lora, agora entusiastas partidários da “revolução democrática” que antes tanto criticavam no morenismo!

Quando o CS da ONU aprovou a invasão militar não restou a estes canalhas afirmarem a insanidade que a intervenção imperialista seria em apoio ao próprio Kadaffi, para ajudá-lo a derrotar os “rebeldes”. Assim a LOI-DO argentina em alucinação completa delira ao vociferar que “Com a inteligência e a logística da V Frota imperialista ianque o exército de Kadaffi tenta massacrar a heróica insurgência revolucionária das massas” (OOI 12, Parte II), isso quando os rebeldes comemoram a cada bomba imperialista lançada sobre o exército nacional líbio e, com a ajuda da OTAN, tentam avançar em sua ofensiva por terra.

DERROTAR O IMPERIALISMO AO LADO DOS “INSURRETOS” ALIADOS DA OTAN OU EM FRENTE ÚNICA MILITAR COM KADAFFI E POVO LÍBIO ATACADO?

Atualmente a LIT, em seu malabarismo político usual, encabeça a posição da necessidade de abrir uma “segunda frente na guerra”. Além de lutar contra Kadaffi, se postariam em combate também ao imperialismo. Para montar esse conto de fadas os morenistas nos dizem que “o grau de radicalização do povo líbio contra Kadafi é tão grande que o imperialismo intervém para evitar uma guerra civil, mas também para evitar que a revolução se estenda para todo o mundo árabe” (Sítio PSTU, 20/03). Este cenário é completamente fantasioso na medida que o imperialismo fomenta a guerra civil interna e bombardeia as forças de Kadaffi para fortalecer a ofensiva por terra dos rebeldes, monarquistas que segundo a LIT seriam partidários da “revolução”.

De forma absolutamente testemunhal e irreal os morenistas declaram: “Somos completamente contra essa intervenção e convocamos os insurrectos a repudiá-la e a combatê-la. Há dois inimigos a combater: Kadafi e o imperialismo, que vem controlar o país com um ‘discurso humanitário e de paz’” (Declaração da LIT 20/03). Os que dizem defender “Fora o imperialismo da Líbia” precisam explicar desde que trincheira real da batalha em curso e não no mundo da fantasia vão combater as tropas da OTAN. Do lado dos “insurretos” que fornecem as informações para as tropas imperialistas bombardearem o exército nacional líbio e festejam cada bomba lançada pelas potências capitalistas? Obviamente que isto é impossível. Decididamente trata-se de um embuste para, em palavras, melhor encobrir sua posição vergonhosa, já que para o PSTU encontraríamos em meio aos mercenários lacaios “lutadores anti-imperialistas” dispostos abrir uma “segunda frente de luta”. A atual política ilusionista e reacionária da LIT mais se parece com a lenda grega da “Lanterna de Diógenes”, que saía em plena luz do dia nas ruas de Atenas com uma lanterna procurando por “homens verdadeiros”, puros, para combater a corrupção vigente. Diógenes vagou até a morte com sua lanterna sem encontrar seus “guerreiros éticos” assim como o PSTU nunca irá encontrar “revolucionários” no meio dessa corja financiada pela OTAN.

O MR, em seu morenismo febril, nos vende que está em curso uma “Guerra Civil revolucionária na Líbia” e em meio a este conflito chama a “Derrotar Kadafi para derrotar o imperialismo”. Note-se a hierarquização das tarefas: primeiro derrotar o “ditador” para depois lutar contra o imperialismo. Por isso em um cinismo próprio do sorriso das hienas nos alertam que “com a investida do imperialismo é uma questão de tempo que Kadafi venha a baixo, pois serão atacados principalmente seus arsenais e aeroportos. Assim os trabalhadores não podem permitir nenhum tipo de invasão do imperialismo” (Sítio MR, 22/03). O chamado a “não a invasão” dos morenistas é uma peça de ficção na medida que já festejam que a OTAN “em questão de tempo” derrubará Kadaffi, alçando o objetivo central da “revolução” que estes traidores reivindicam. Falar em derrotar o imperialismo estando ao lado dos aliados da OTAN em solo líbio é no mínimo uma piada de mau gosto.

A TPOR também nos diz que agora é preciso “derrotar a intervenção das potências na Líbia com uma frente antiimperialista” (Massas, 21/03). Perguntamos aos poristas com quem seria estabelecida a sua FUA, com os apoiadores da invasão imperialista, monarquistas do rei Idris e mercenários a serviço da CIA e do Mossad?! Sinceramente só os seguidores de Lora podem defender tamanha idiotice já que na Bolívia o POR apresentava as FFAA como sua aliada na tal “frente antitimperialista”! Assim, apesar de defenderem formalmente o “fim dos bombardeios imperialistas sobre a Líbia”, a TPOR não dá a esse chamado qualquer significado concreto, ou seja, nega-se a estabelecer uma frente única com Kadaffi e as forças que apóiam o regime. A TPOR faz o contrário, finge opor-se ao imperialismo mas não o combate na medida que em meio ao ataque continuam a clamar “Abaixo a ditadura pró-imperialista de Kadafi!”, agora acrescido de uma patética saudação de “Viva a revolução dos líbios, pelos líbios e para os líbios!”, fazendo coro com os monarquias (Massas, 20/03).

PELA VITÓRIA MILITAR DE KADAFFI SOBRE A CORJA IMPERIALISTA DA ONU E DA OTAN

Em resposta a esses renegados revisionistas, os marxistas revolucionários sabem nadar contra a maré pró-imperialista que varre a esquerda e convocam publicamente a formação de uma frente única militar com Kadaffi contra a intervenção imperialista, sem depositar nenhuma confiança e com total independência em relação ao governo nacionalista burguês líbio.

Trotsky nos apontava o caminho com muita clareza e sem malabares políticos próprio dos filisteus revisionistas acerca de que lado se postam os revolucionários no caso de uma possível invasão de um país semicolonial, mesmo governado por um fascista, orquestrada pelo imperialismo “democrático”. O velho nos ensinou que: “Existe atualmente no Brasil um regime semi-fascista que qualquer revolucionário só pode encarar com ódio. Suponhamos, entretanto que, amanhã, a Inglaterra entre em conflito militar com o Brasil. Eu pergunto a você de lado que do conflito estará a classe operária? Eu responderia: nesse caso eu estaria do lado do Brasil ‘fascista’ contra a Inglaterra ‘democrática’. Por que? Porque o conflito entre os dois países não será uma questão de democracia ou fascismo. Se a Inglaterra triunfasse ela colocaria um outro fascista no Rio de Janeiro e fortaleceria o controle sobre o Brasil. No caso contrário, se o Brasil triunfasse, isso daria um poderoso impulso à consciência nacional e democrática do país e levaria à derrubada da ditadura de Vargas. A derrota da Inglaterra, ao mesmo tempo, representaria um duro golpe para o imperialismo britânico e daria um grande impulso ao movimento revolucionário do proletariado inglês. É preciso não ter nada na cabeça para reduzir os antagonismos mundiais e os conflitos militares à luta entre o fascismo e a democracia. É preciso saber distinguir os exploradores, os escravagistas e os ladrões por trás de qualquer máscara que eles utilizem!” (Entrevista com Leon Trotsky, Mateo Fossa, 23/9/1938).

Os genuínos trotskistas não têm dúvidas de que lado ficar em um conflito desta dimensão. Estamos literalmente em meio a uma guerra civil onde a CIA e o Pentágono armam os mercenários e com a ajuda da ONU e da OTAN pretendem derrubar o governo nacionalista decadente para converter o país novamente, como na época da monarquia, em seu quintal exportador de petróleo barato! Os revolucionários estão pela defesa incondicional da nação oprimida e por sua vitória militar contra o imperialismo! Vencido o imperialismo, com as massas em ascenso por sua vitória, trataremos de acertar as contas com o decadente regime burguês de Kafaffi. Desta forma estamos honrando no terreno vivo da luta de classes as lições de Trotsky e seu combate programático pela reconstrução da IV Internacional, sabendo distinguir os exploradores, os escravagistas e os ladrões por trás de qualquer máscara que eles utilizem e não se aliando a esta corja de bandidos como faz todo o arco revisionista.

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA

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