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Defender a Libia siendo “Contra a intervençao da OTAN” e pelo “Abaixo KadaffiI”?
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Thursday, Mar. 24, 2011 at 6:22 PM
lbiqi@hotmail.com

Para os genuínos trotskistas caberia, portanto, lutar em frente única com as forças do regime para derrotar o imperialismo, forjando nesta trincheira de luta as condições para construir um partido revolucionário e internacionalista capaz de agrupar o melhor da vanguarda para, depois de derrotada a ofensiva imperialista, marchar contra o regime burguês que mantém intocável o modo de produção capitalista

UNIDADE DE AÇÃO PELA VITÓRIA DA LÍBIA ATACADA PELAS POTÊNCIAS IMPERIALISTAS (PARTE II)

É POSSÍVEL DEFENDER A LÍBIA DOS ATAQUES IMPERIALISTAS PROCLAMANDO-SE AO MESMO TEMPO “CONTRA A INTERVENÇÃO DA OTAN” E PELO “ABAIXO KADAFFI”?

Transcorreu-se exatamente um mês desde que começaram no dia 18/02 as “manifestações” pró-imperialistas na Líbia contra o governo nacionalista burguês de Kadaffi para que, finalmente, o Internacionalist Gruop (GI) e a International Communist League (LCI), organizações que se reivindicam defensistas, abrissem a boca e lançassem uma tíbia posição sobre a ofensiva imperialista contra o país semicolonial. A demora em tomar alguma posição não é casual e também foi seguida por pequenos grupelhos sem expressão programática que se queixam “semidefensistas”. A International Bolshevik Tendency (TBI) até o momento sequer se pronunciou. Esse silêncio criminoso é o reflexo direto de suas falências políticas, mais além de suas “forças numéricas”. Esperaram que o covil de bandidos da ONU aprovasse a ação militar em 17/03 para comodamente lançar suas abstratas posições de “Defender a Líbia dos ataques imperialistas” como declararam a LCI em 20/03 e o GI em 18/03. Enquanto a CIA, o Mossad e a OTAN armavam e orientavam os “insurretos” monarquistas e oficiais líbios vendidos ao imperialismo para debilitar o máximo possível o cambaleante governo de Kadaffi desde a cidade de Benghazi, esses pseudotrotskistas covardes preferiram a política de avestruz, ao enterrar a cabeça na terra e se esconder como ratos. Somente agora ambas organizações políticas nos dizem retrospectivamente que no longo período de um mês em que os “rebeldes” pró-OTAN prepararam as condições para a intervenção militar “não tinham lado no conflito”. Neste momento exato em que a intervenção é uma trágica realidade, esses mesmos canalhas se dizem “contra a agressão imperialista”, mas não defendem a frente militar com o exército nacional líbio (que não por acaso é o que está sendo atacado) para combater as tropas das potências capitalistas estrangeiras. Como verdadeiros “envergonhados” do trotskismo não querem “sujar as mãos” quando se trata de enfrentar concretamente o imperialismo e sua opinião pública, preferindo se esconder por trás de uma falsa ortodoxia criticando “o estado policial de Kadaffi” no momento em que a tarefa central dos revolucionários, como nos ensinou Trotsky, é estar ao lado da Líbia contra o imperialismo, lutar pela vitória militar da nação oprimida, para depois de seu triunfo e com o ascenso das massas por sua vitória contra o maior inimigo dos povos, combaterem pela derrubada do decadente Kadaffi.

O mais escandaloso na conduta da LCI e do GI é que estes acomodados espectadores da luta de classes reconhecem que enquanto ficaram “caladinhos”, o imperialismo usava seus aliados “rebeldes” em solo líbio para preparar a intervenção. Diz o GI: “Na Líbia, os protestos iniciais foram chamados por grupos de exilados da oposição ligada à CIA. Na guerra civil opondo o regime islâmico-populista de Kadafi contra um grupo heterogêneo de monarquistas, islâmicos e forças pró-imperialistas da burguesia, juntamente com alguns dos mais sangrentos capangas anteriormente ligados ao próprio Kadafi, os revolucionários proletários não tinham lado” (sítio GI, 18/03). O mesmo fala a LCI: “O conflito na Líbia tinha tomado a forma de uma baixa intensidade da guerra civil, fortemente sobrepostas por divisões tribais e regionais, entre o governo de Trípoli centrado no homem forte do coronel Muamar el Kadafi e as forças da oposição imperialista concentradas em áreas do leste do país... Os marxistas não tomam nenhum dos lados no conflito” (sítio LCI, 20/03). Oposta à política abstencionista desses farsantes, que temem chocar-se com a opinião pública democratizante e assim capitulam ao “seu” próprio imperialismo, os revolucionários da LBI nestes dias dramáticos lançaram o artigo “Ofensiva contra Kadaffi: Mobilizações pró-imperialistas ‘sacodem’ a Líbia” (sítio LBI, 20 de fevereiro) e se posicionavam claramente enquanto toda “esquerda” saudava que a fantasiosa “revolução árabe” havia chegado na Líbia e derrubaria o “ditador sanguinário”. A LBI denunciava naqueles dias que “Não por coincidência, a Casa Branca estimula os ‘protestos’ no Irã e na Líbia, alinhando-se com a oposição reacionária. Agora estamos vendo o arco revisionista vibrar com ‘as mobilizações contra a ditadura’ no Irã e na Líbia, assim como fizeram em Cuba na crise dos balseros e chegam a torcer para a ‘revolução democrática’ chegar em Cuba como faz cinicamente a LIT. É papel dos marxistas revolucionários denunciarem o caráter reacionário das atuais manifestações na Líbia e no Irã e lutar por construir uma alternativa política dos trabalhadores independente do nacionalismo burguês de Kadaffi, combatendo com todo vigor a oposição pró-imperialista que usa a suposta ‘defesa da democracia’ para impor um regime servil e aliado incondicional da Casa Branca na Líbia. Somente combatendo os aliados do imperialismo pode-se, defendendo uma política revolucionária que demonstre os limites do nacionalismo burguês, ganhar a confiança das massas para superar o próprio regime burguês comandado por Kadaffi e abrir caminho para a vitória da revolução socialista” (Idem).

Quando as bombas estão caindo diariamente sobre o centro de comando do regime líbio, das instalações militares do exército nacional e do povo que luta contra a intervenção, enquanto os “rebeldes” made in CIA avançam por terra com a ajuda dos jatos da OTAN, a LCI e GI nos dizem que agora é a hora de “Defender a Líbia dos ataques imperialistaa”, só “esquecem” de dizer como! Mas vejamos com mais atenção como seria esta suposta “defesa da Líbia”... sem a unidade de ação com as tropas do regime Kafaffi. O GI declara: “Com a votação na ONU, os rebeldes são as patas das forças imperialistas e apelamos à sua derrota e a defesa da Líbia. Ao mesmo tempo, continuamos pela revolução dos trabalhadores, do povo líbio e grupos oprimidos (como os berberes) para derrubar Kadafi, denunciando não só a sua repressão via um estado policial, mas também a sua colaboração com os EUA (repetida com o imperialismo italiano e imperialismo francês) sempre que tenha sido dada uma oportunidade”. Novamente nenhuma palavra sobre a necessidade de se estabelecer uma frente militar com as forças concretas que estão sob ataque imperialista. Ao contrário, esses pseudotrotskistas repetem a mesma cantilena vendida pela grande mídia imperialista de que na Líbia há um “estado policial” para se furtar da tarefa elementar para os leninistas: golpear juntos e marchar separados frente a um inimigo comum. Por isso, não há nas quatro palavras de ordem que intitulam o artigo do GI nenhum chamado à unidade de ação com as forças que defendem o regime, mas está estampado em uma delas o chamado por uma “revolução operária contra o Estado policial de Kadaffi”, ou seja, em essência, o GI compartilha da mesma política dos partidários da “revolução árabe” como a LIT e na prática não desfere nenhum combate ao imperialismo! Como nos ensinou Trotsky, dando o exemplo do Brasil “fascista” de Getúlio Vargas em um hipotético conflito com a Inglaterra “democrática”, ainda que na Líbia houvesse um “estado policial” ou uma ditadura fascista, os revolucionários estariam ao lado deste “estado policial” contra o imperialismo e por sua derrota, mesmo estando sua corja travestida de “democrática”. Vale lembrar que na invasão imperialista das Malvinas em 82 a Argentina estava sob a sanguinária ditadura militar de Galtieri, o que não impediu os trotskistas levantarem a necessidade da formação de uma frente única com a ditadura durante a guerra, enquanto os revisionistas da LCI bradavam histericamente: “Nem Thatcher, nem Galtieri!”.

A LCI “convida os trabalhadores de todo o mundo a tomar uma posição para a defesa militar da Líbia semicolonial contra o ataque que começou ontem por uma coalizão de governos imperialistas gananciosos” (sítio LCI, 20/03). Depois desse “convite”, limita-se passivamente a chamar “Fora os EUA, V Frota e todas as bases militares imperialistas e tropas do Norte de África e do Oriente Próximo” (idem) sem nunca defender a frente única militar com Kadaffi para derrotar estas mesmas tropas de rapina! Porém, quando ocorreu o terremoto no Haiti em 2010, a LCI não teve qualquer pudor e rapidamente chamou os marineres ianques para supostamente “ajudar o povo” haitiano, colocando-se objetivamente pela ocupação da ilha negra pelas tropas dos EUA, uma política tão canalha que a direção da própria corrente foi obrigada a se autocriticar publicamente depois!

Por cometer traições de classe tão graves quanto à do Haiti, agora em função uma posição no mínimo passiva e abstencionista frente ao imperialismo, a LCI não consegue explicar porque o imperialismo bombardeia a Líbia, enquanto seu aparato militar protege os governos do Bahrein e do Iêmem. No máximo reclama, obviamente, que “As lágrimas de crocodilo derramadas por governantes imperialistas e os seus porta-vozes da mídia sobre os líbios mortos pelo regime de Kadafi durante a recente onda de protestos está em nítido contraste com a sua resposta silenciada ao massacre contínuo de manifestantes no Iêmen, cuja ditadura é um componente chave da ‘guerra ao terror’ de Washington e seu apoio permanente ao reino do Bahrein, que abriga a sede da Quinta Frota dos EUA. Para ajudar na trituração protestos em massa, Bahrein na semana passada convidou tropas da medievalista e teocrática monarquia saudita, um baluarte fundamental dos interesses imperialistas dos EUA na região” (Ibdem). Essa política impotente não denuncia que a suposta “onda de protestos na Líbia” não foram manifestações espontâneas de massas, mas ações orquestradas pela CIA revelando porque a LCI não é consequente em sua “defesa da Líbia” e acaba sendo arrastada pela política da fantasiosa “revolução árabe” vendida pelos revisionistas que diz criticar. Uma verdadeira “defesa da Líbia” necessitaria afirmar claramente que esta nação semicolonial é controlada por um regime nacionalista burguês em “insolvência” atacado neste momento pela Casa Branca, tendo o Pentágono e a CIA armado os “insurretos” para, posteriormente, intervir militarmente no país.

Para os genuínos trotskistas caberia, portanto, lutar em frente única com as forças do regime para derrotar o imperialismo, forjando nesta trincheira de luta as condições para construir um partido revolucionário e internacionalista capaz de agrupar o melhor da vanguarda para, depois de derrotada a ofensiva imperialista, marchar contra o regime burguês que mantém intocável o modo de produção capitalista. Definitivamente, não é essa política principista que defendem a LCI e GI. Estes se contentam em afirmar em suas declarações na internet serem partidários da reconstrução da IV Internacional, enquanto renegam no terreno vivo da luta de classes os ensinamentos elementares do velho bolchevique, provando pela passividade e covardia que não é possível “defender a Líbia dos ataques imperialistas” proclamando-se ao mesmo tempo “Contra a intervenção da OTAN” e pelo “Abaixo Kadaffi”!

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA

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