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É possível uma “revoluçáo” com armas da OTAN dirigida por Barak? O PSTU diz sim!
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Thursday, Mar. 31, 2011 at 9:15 PM

Fazendo um paralelo histórico, a poderosa força aérea dos abutres imperialistas cumpre a mesma função dos aviões de Hitler que bombardearam as cidades espanholas sob controle dos republicanos na guerra civil, a sinistra LuftVaft alemã funcionava como a aviação militar que ainda não dispunha a reação franquista

UNIDADE DE AÇÃO PELA VITÓRIA DA LÍBIA ATACADA PELAS POTÊNCIAS IMPERIALISTAS (PARTE IV)

É POSSÍVEL OCORRER UMA “REVOLUÇÃO” UTILIZANDO AS ARMAS DA OTAN E COORDENADA POR BARAK OBAMA? OS CANALHAS DO PSTU E DA LIT DIZEM QUE SIM!

Eduardo Almeida, o principal dirigente do PSTU e da LIT, acaba de lançar um artigo intitulado “Líbia: uma revolução, duas guerras” em que afirma “Existe uma revolução na Líbia, dos trabalhadores e do povo rebelado contra a ditadura de Kadafi, que começou de forma muito parecida com a do Egito e a da Tunísia” (sítio PSTU, 28/03). Ironicamente, no mesmo dia da postagem do seu texto, diversos órgãos da imprensa mundial como The New York Times (NYT) e a agência de notícias Reuters, insuspeitos de apoiar o “ditador sanguinário Kadaffi”, divulgaram que “Obama assinou ordem secreta para apoiar rebeldes na Líbia”. Segundo o NYT, há mais de três semanas, “agentes da CIA foram enviados para a Líbia ‘em pequenos grupos’, com a missão de estabelecer ligações com os rebeldes e determinar os alvos das operações militares”. Eduardo nos diz exatamente o contrário em seu artigo. Apresenta os rebelados como genuínos lutadores anti-imperialistas, que agora além de combater Kadaffi, devem rechaçar a intervenção da OTAN. Vamos citá-lo literalmente para comprovar a posição do PSTU-LIT: “É fundamental que os lutadores em Bengazhi e outros territórios liberados retomem a atitude antiimperialista que existia na área antes da contraofensiva de Kadafi”. O dirigente da LIT pode argumentar que as notícias que expõem as estreitas ligações entre o imperialismo e os “insurretos” se tratam de um “complô” da grande mídia contra a “revolução árabe”. Para não deixar nenhuma margem de dúvidas vejamos o que os amiginhos “rebelados” de Eduardo afirmam: “O chefe militar dos rebeldes líbios, Abdelfatah Yunis, expressou hoje seu agradecimento à comunidade internacional pela resolução da ONU e pediu que a exclusão aérea seja aplicada apenas nas áreas sob controle das forças de Muammar Kadaffi. Em declarações à rede Al Jazeera, Yunis afirmou: ‘a exclusão aérea deve ser eficaz, mas não deve ser aplicada contra nós, mas contra as regiões ocidentais controladas pelas tropas de Kadafi’” (Revista Exame, 17/03/2011). Difícil acreditar no “anti-imperialismo” desta gente quando o próprio Obama declara em alto e bom som que pretende armar os rebeldes, e o Secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, anunciou em viva voz “Penso que a oposição (líbia) precisa, antes de mais nada, de treinamento, comando e organização” (Folha de São Paulo, 31/03). Ainda assim, diante de todas essas evidências, os desmoralizados canalhas da LIT e do PSTU querem fazer crer que é possível ocorrer uma “revolução” utilizando as armas da OTAN e coordenada desde os gabinetes imperiais da Casa Branca! Relembrando um programa de ficção da TV que vendia farsa como verdade, alertamos: “Acredite se quiser!”.

Relatando mais um capítulo da tal “revolução árabe” na Líbia até mesmo o arquirreacionário Estadão (26/03) nos diz que “Bombardeio aliado apóia avanço rebelde” e completa que “Em nova fase da intervenção na Líbia, aviação destrói tanques de Kadafi para permitir marcha de combatentes opositores para o oeste”. Já a TV ABC norte-americana informa fomentando o incremento da ofensiva que “Os combatentes seguiam ontem em desvantagem de armamento, mesmo depois dos bombardeios. ‘Estou esperando os jatos terminarem o bombardeio antes de entrar’, disse o combatente ‘revolucionário’ Ahmed al-Misrati” (Idem). A divisão de tarefas descrita acima ocorre porque os EUA não têm condições de enviar tropas militares para uma invasão por terra, seus contingentes militares estão “ocupados” no Iraque e Afeganistão. Por isso usam os “insurretos” para a ofensiva interna, dando-lhes apoio através dos bombardeios da OTAN pelo ar. Agora anunciam publicamente que desejam treiná-los e enviar armas para estes através de países-aliados na região. Fazendo um paralelo histórico, a poderosa força aérea dos abutres imperialistas cumpre a mesma função dos aviões de Hitler que bombardearam as cidades espanholas sob controle dos republicanos na guerra civil, a sinistra LuftVaft alemã funcionava como a aviação militar que ainda não dispunha a reação franquista.

Para apoiar os “rebeldes”, a ONU aprovou a “zona de exclusão aérea”. Porém, a debilidade das forças de oposição burguesa e sua evidente ausência de base social são tamanhas que as potências capitalistas foram obrigadas a ir além da resolução nº 1973. Atacaram diretamente o povo líbio, as grandes cidades, instalações militares e o exército nacional do país na tentativa de abrir caminho para os “rebeldes”, que estavam sendo derrotados pela grande base de apoiadores do regime Kadaffi. Esta realidade incontestável foi confirmada inúmeras vezes pela própria mídia, como exemplifica Terra Notícias (30/03): “O ataque abriu caminho para o avanço dos rebeldes, apoiados por caminhões transportando baterias de foguetes e caminhonetes com peças de artilharia montadas nas carrocerias. ‘Recebemos a tarefa de ir para a área e logo encontramos um tanque ao lado da estrada principal, longe de áreas povoadas’ disse Andy Turk, comandante de um dos caças britânicos (Tornado) que decolaram da base de Gioia Del Colle, no sul da Itália, ouvido pelo jornal britânico The Guardian”.

Apesar disso tudo, Eduardo fantasia a realidade mais uma vez: “Como Kadafi mantém uma base social muito reduzida, e mesmo suas forças militares são limitadas, não tem condições sequer de garantir a ocupação das cidades em que derrota as forças rebeladas”. Se Kadaffi não tem base social, então porque a OTAN começou o bombardeio justamente quando as tropas de Kadaffi avançavam por terra, retomaram todas as cidades e se aproximavam de Benghazi? A Reuters (30/03) nos dá uma dica das verdadeiras razões: “Rebeldes fogem em debandada da cidade petrolífera de Ras Lanuf. Sem os ataques aéreos ocidentais, os rebeldes parecem incapazes de fazer progresso ou sequer manter suas posições”.

Como não pode responder a nada seriamente, o tragicômico Eduardo alega que foi Kadaffi quem possibilitou a intervenção imperialista! De forma cínica, o dirigente do PSTU-LIT legitima a ação da ONU e da OTAN: “Kadafi está dando ao imperialismo a possibilidade de lançar uma contraofensiva para derrotar a revolução árabe. Possibilita que a OTAN apareça ‘em defesa da democracia’”. Nada mais falso! A intervenção militar da OTAN foi montada para apoiar a insipiente oposição reacionária em Benghazi montada pela CIA a partir de uma aliança entre os remanescentes da monarquia, que agora dizem querer transformar a Líbia em um Estado moderno e democrático, em aliança com a tribo Warfallah, que habita na região leste e estava rompida com Kadaffi justamente por influência das transnacionais europeias. Por esta razão, a agência EFE informou no dia 11/03 que a “França reconhece o governo de transição da Líbia” e relata: “A França tenta se aproximar do possível futuro governo líbio. Foi o primeiro país a reconhecer a autoridade dos rebeldes do Conselho Nacional Líbio de Transição (CNLT). O anúncio foi feito nesta quinta-feira (10) pelo enviado deste órgão depois de se reunir com o presidente francês, Nicolas Sarkozy. Após a reunião de uma hora com Sarkozy, os encarregados de assuntos internacionais do CNLT Mahmoud Jibril e Ali Esaui indicaram à imprensa que trocarão embaixadores com a França. O Conselho enviará um embaixador a Paris, enquanto a França enviará outro a Benghazi de maneira transitória, até que possa se instalar em Trípoli”. Enquanto isso, no mundo da fantasia, a LIT e o PSTU nos dizem que “É muito importante que se articule um pólo anti-imperialista dentro de Bengazhi e das regiões controladas pelos rebeldes. A revolução contra Kadafi não pode deixar de identificar no imperialismo um inimigo e se situar também na luta política e militar contra a agressão estrangeira”. Voltando à realidade, a BBC nos informa que “França e Grã-Bretanha pedem que rebeldes organizem transição na Líbia” esclarecendo seus planos: “Segundo Sarkozy e Cameron, a mudança na Líbia pode ser organizada pelo Conselho Nacional Interino de Transição (órgão formado pelos rebeldes, com sede na cidade de Benghazi), além de ‘líderes da sociedade civil’’ e ‘todos aqueles prontos para se juntar ao processo de transição para a democracia’” (BBC Brasil, 28/03).

Somos mais uma vez forçados a “esclarecer” o delirante Eduardo que é impossível os “rebelados” se transformarem em lutadores anti-imperialistas porque estes foram desde o início do conflito armados e orientados pela CIA e o imperialismo como estes mesmos reconhecem publicamente!!! Como podemos ver, tal informação não é fruto dos “métodos típicos do stalinismo” como nos acusa sistematicamente o PSTU para fugir do debate programático, mas oriundos de notícias amplamente divulgadas pela mídia aliada dos próprios adversários de Kadaffi!!! Até o maior dos bucéfalos já chegou à conclusão de que ocorre na Líbia não é uma revolta popular como a que se iniciou insipiente no Egito e na Tunísia e muito menos uma “revolução de massas” e sim uma marcha contrarrevolucionária coordenada militarmente pela OTAN e politicamente por Barak Obama.

A “prova incontestável”, segundo Eduardo Almeida, de que a revolução árabe teria chegado na Líbia seriam “as notícias das milícias de trabalhadores e jovens nas cidades rebeladas contra Kadafi... É a mesma efervescência da praça Tahrir do Egito, que teve de se armar para enfrentar um genocida. É o que aconteceria no Egito caso o exército tivesse reprimido a revolução. É o que pode acontecer no Iêmem e no Bahrein, caso a repressão violenta (apoiada pelo imperialismo) siga”. Tal afirmação trata-se de uma farsa em todos os sentidos. As mobilizações populares que “contagiaram” vários países árabes e concentram o ódio dos trabalhadores contra os velhos regimes corruptos e pró-imperialistas “batizadas” desde o PSTU até a direita midiática como a “revolução árabe” sequer tiveram a capacidade de arranhar qualquer instituição do regime político, isto sem falar na ausência absoluta de qualquer organização militar das massas, inclusive no Egito, como fantasia Eduardo Almeida. Na Líbia, de fato, os “rebeldes” começaram armados, mas pela CIA e dissidentes de direita de Kadaffi, para derrubar um regime nacionalista histórico. A grande “massa” de oposição que vemos nesse conflito é a massa de explosivos lançados pelos mísseis de cruzeiro do tipo Tomahawk contra o povo líbio em uma guerra que já consome mais 600 milhões de dólares do orçamento militar ianque.

A tão alardeada “revolução árabe” desgraçadamente não passou de uma transição de fachada democrática operada por frações da própria aristocracia em comum acordo com a Casa Branca que prefere ceder os anéis para não perder os dedos. No Iêmem e no Bahrein as forças imperialistas, via Arábia Saudita, foram acionadas para apoiar as ditaduras e não para atacá-las como tenta inutilmente esconder o dirigente do PSTU em aparente surto. Mas quando se tratou de derrubar o regime Líbio, Obama saiu em defesa militar dos “revolucionários” made in CIA, declarando já nos primeiros dias do conflito que “Apoiamos firmemente os líbios em sua exigência de que sejam respeitados os direitos universais e em sua reivindicação de um governo que responda a suas aspirações” (Folha de S.Paulo, 26/02).

Eduardo Almeida referencia-se por conceitos políticos próprios da grande mídia burguesa, uma conduta típica de uma corrente adaptada à democracia capitalista. Os trotskistas da LBI não! Para os marxistas uma verdadeira revolução pressupõe abolição das relações de propriedade, ou seja, a supressão da propriedade privada, da propriedade dos capitalistas. Mas a “revolução árabe” que a esquerda revisionista serviçal do imperialismo professa não coloca, em momento algum, a tarefa de expropriação das burguesias árabes e das empresas imperialistas tão beneficiadas pelos regimes ditatoriais que estão sendo derrubados. Não houve qualquer mudança na base econômica, nem tampouco ruiu a superestrutura do regime político no Egito ou na Tunísia e muito menos ocorreu o armamento popular que provocasse a divisão das FFAA. Em outras palavras, o caráter de classe do Estado continuou o mesmo, uma máquina de opressão e dominação da burguesia nacional e do imperialismo sobre as massas trabalhadoras exploradas. Sem levantar quaisquer reivindicações econômicas e sociais para o proletariado nessa fantasiosa “revolução antiautoritária” das massas, as correntes da esquerda revisionista, enfileiram-se, cada vez mais, atrás da política do imperialismo, reivindicando uma abstrata plataforma “democrática” bem aquém das próprias conquistas reais já obtidas pelas massas líbias com a queda da monarquia na década de 70.

Contando com o apoio da Casa Branca e do Conselho de Segurança da ONU, o objetivo dessa intentona reacionária é instalar um novo regime não para redistribuir a renda entre a população pobre, mas para dividir o que resta da economia estatal da exploração do petróleo sob controle do governo Kadaffi, entre as grandes empresas imperialistas. Pretendem forjar uma “nova” casta dirigente do Estado, que já começa a se formar com as adesões de altos funcionários e de membros da alta cúpula das forças armadas aos “insurretos” ou abrigados nos países imperialistas. Enquanto Eduardo Almeida, o PSTU e a LIT se unem a essa corja usando a cortina de fumaça da fantasiosa “revolução árabe” armada pela OTAN e coordenada por Obama, a LBI está na trincheira de classe oposta em luta contra o imperialismo e seus agentes.

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA

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