Julio López
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Kadaffi e Chávez, dois exemplos da torpeza do falso Socialismo
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Wednesday, May. 04, 2011 at 5:17 AM

O proletariado deve ter uma política absolutamente independente do nacionalismo burguês, estabelecendo unidades táticas e pontuais em casos concretos, como nos golpes fascistas e guerras de rapina imperialista, estabelecendo uma profunda demarcação de campos com a reação pró-imperialista

VENEZUELA ENTREGA MILITANTE ANTI-IMPERIALISTA A COLÔMBIA

KADAFFI E CHÁVEZ, DOIS EXEMPLOS DA TORPEZA DO FALSO SOCIALISMO OU DO VERDADEIRO CONTEÚDO DO NACIONALISMO BURGUÊS

Quando começaram em março último os “protestos” contra Kadaffi, alimentados por uma oposição ultrarreacionária e com ligações carnais com organismos imperialistas, a totalidade da esquerda ainda embriagada com a suposta “revolução árabe” saiu em defesa dos “rebeldes” líbios, justificando sua posição a partir do abandono do anti-imperialismo do regime instaurado pelos coronéis kadafistas. Afirmavam os “doutos” senhores da esquerda revisionista que a Líbia nada mais tinha a ver com o regime nacionalista burguês, que teria ficado para um remoto passado. Como prova “inconteste” desta “tese” apontavam a colaboração direta do caudilho Kadaffi com estados imperialistas, incluindo até a CIA no caso da prisão de colaboradores da Al Qaeda e posterior envio para as prisões de Guantánamo em Cuba. Nós da LBI fomos os primeiros a denunciar o fato de Kadaffi tentar levantar o fantasma da presença de “terroristas” da Al Qaeda nos “levantes” oposicionistas como forma de atrair para seu regime a simpatia de setores do imperialismo, uma manobra que se revelou inútil. Agora, a história fornece uma nova lição a toda sorte de revisionistas que histéricos diziam que o exemplo de Chávez nada tinha a ver com Kadaffi, embelezando as “qualidades” anti-imperialistas do bolivariano e as suprimindo da liderança árabe. O governo da Venezuela acaba de entregar o jornalista da ANNCOL (Agência de Notícias Nova Colômbia), Joaquín Pérez Becerra, refugiado político há doze anos na Suécia, para o cárcere do narco-fascista Manuel Santos, presidente da Colômbia. Joaquín Pérez desembarcou no dia 23 de abril no aeroporto internacional de Maiquetia sendo imediatamente preso pela polícia venezuelana, sob um mandato da Interpol e dois dias depois (25 de abril) foi deportado para a Colômbia, onde é procurado sob a absurda acusação de terrorismo e colaboração com as Farc. Nem mesmo centenas de pedidos gerados a partir do próprio campo “bolivariano” fizeram com que Chávez recuasse de sua ação criminosa. Por ironia, os revisionistas que defendem o “socialismo do Século XXI” como Alan Woods, ou mesmo defenderam em um passado recente (LIT), são os mesmos que apóiam a tal “revolução na Líbia”, ou melhor dizendo, a contrarrevolução dos “rebeldes” comandados militarmente pela OTAN e politicamente por Barack Obama.

É necessário deixar claro que não é a primeira vez que Chávez entrega militantes de esquerda para os algozes imperialistas ou narco-fascistas. Com o caso de Joaquín já são oito dirigentes anti-imperialistas capturados pelas forças de segurança do regime chavista. Isto sem falar nos sindicalistas assassinados por grupos paramilitares na Venezuela com a cumplicidade do comandante Chávez. Joaquín Pérez, um ex-vereador da União Patriótica, foi obrigado a deixar a Colômbia para não ser morto, recebendo a nacionalidade sueca. Posteriormente, funda uma agência internacional de notícias para denunciar as atrocidades cometidas em seu país de origem. O operativo policial que culminou com a prisão de Joaquín contou inclusive com a colaboração do presidente equatoriano, Rafael Correa, também considerado um “companheiro bolivariano”. O fascista Santos ocupou pessoalmente a própria rede de comunicações da “Telesur” para agradecer a colaboração pessoal de Chávez e Correa no episódio, nada mais grotesco para quem fechou canais de televisão sob a justificativa de ligações destas com “as forças reacionárias e retrógradas”.

Para os marxistas revolucionários sempre esteve cristalino o caráter, alcances e limitações históricas de um regime nacionalista burguês, seja instaurado na África, Ásia ou América Latina. Chávez colabora com o imperialismo, assim como Kadaffi, porque é da própria essência política do nacionalismo das classes dominantes estabelecer vínculos com o grande amo do Norte. A diferença entre a conduta de um caudilho burguês e um dirigente de um Estado operário, mesmo que burocratizado, é brutal. Castro nunca entregou um único militante de esquerda para as masmorras do imperialismo em toda a história da revolução cubana. Por isso, os chamados “socialismo verde” ou “socialismo do século XXI” não passam de embustes criados para confundir a consciência da classe operária. Chávez, ainda mais que o próprio Kadaffi, mantém um sistema de exploração de petróleo que contempla a participação societária de grandes transnacionais do setor energético. Mas os revisionistas que apóiam Chávez só “lembram” das transnacionais de petróleo que operam na Líbia, para “provar” que Kadaffi entregou o petróleo de seu país para o imperialismo. Tanto a Venezuela como a Líbia mantêm regimes de exploração de petróleo com uma grande reserva nacional, ou seja, do ponto de vista do Estado a participação da iniciativa privada é minoritária. Por esta razão se desenvolvem atritos permanentes com o imperialismo que considera estes países como “fechados e estatizantes”. A evolução (involução) do nacionalismo burguês do século XXI, no marco da etapa de profunda crise do modo de produção capitalista, o coloca cada vez mais próximo da estreita colaboração econômica e política com as metrópoles imperialistas, este frágil equilíbrio só se rompe quando o império decide atacar o país semicolonial no sentido de se apoderar do conjunto do botim, este foi o caso da guerra da Líbia e poderá ser amanhã o capítulo venezuelano.

A atitude vergonhosa de Hugo Chávez, ao contrário do que pensa, não amenizará a sanha imperial em potenciar a oposição reacionária, conhecida como “esquálida” na Venezuela. Esta oposição também bem nutrida pela CIA, já planeja organizar grandes marchas contra o “macaco” com vistas às próximas eleições gerais. Por mais que nos indignemos com a conduta de Chávez, imoral do ângulo da classe operária, não podemos colocar um sinal de igual entre Chávez e os “esquálidos”, ou mesmo igualar Chávez aos narco-fascistas do quilate de Santos ou Uribe. Como nunca alimentamos falsas expectativas na farsa da “revolução bolivariana” não estamos agora “decepcionados” com a postura covarde de Chávez ao entregar a tortura um camarada da luta anti-imperialista. Como nos ensinou Trotsky, devemos chamar as coisas pelo seu devido nome e falar a verdade às massas por mais amarga que seja. Isto nos exige a vigorosa denúncia de Chávez. O proletariado deve ter uma política absolutamente independente do nacionalismo burguês, estabelecendo unidades táticas e pontuais em casos concretos, como nos golpes fascistas e guerras de rapina imperialista, estabelecendo uma profunda demarcação de campos com a reação pró-imperialista que jamais deve ser confundida com o “movimento de massas”.

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA

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