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Prisâo de DSK: Luta nas entrnhas do imperialismo nâo perdoa serviçal repugnante
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Sunday, May. 22, 2011 at 2:13 PM
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Supor que DSK teria sido apeado do FMI unicamente por questões da disputa eleitoral doméstica, como agora levanta um setor do PS francês, é desconsiderar o pano de fundo do caso, ou seja, a própria crise por que passa a economia capitalista mundial e em particular a insolvência de vários países europeus, levando o FMI a uma espécie de “escolha de Sofia” nas mãos de uma pessoa “indesejada” segundo a ótica do imperialismo norte-americano

PRISÃO DE DOMINIQUE STRAUSS KAHN EM NOVA YORK: LUTA FEROZ NAS ENTRANHAS DO IMPERIALISMO NÃO “PERDOA” O SERVIÇAL MAIS REPUGNANTE

A prisão do diretor-gerente do FMI (cargo que corresponde à presidência de fato do organismo), o francês Dominique Strauss Kahn, acusado de tentativa de estupro a uma camareira do luxuoso Hotel Sofitel, em Nova York, poderia ser mais um caso típico de bestialidade de um homem poderoso contra uma mulher, jovem trabalhadora e imigrante da Guiné, indefesa frente a agressão sexual de um psicopata machista. Mas apesar da figura repugnante de DSK, como é popularmente reconhecido na França, não estamos diante de um grotesco caso de assédio sexual e sim de uma operação muito bem preparada de “acerto de contas” entre frações em disputa no próprio campo da política imperialista, cujo objetivo tinha como alvo o controle da presidência do FMI. As acusações armadas contra DSK são tão insólitas (sair nu do banheiro, obrigar uma funcionária do hotel a fazer sexo oral) que só podem convencer os mais tolos seguidores de uma mídia cada vez mais “preparada” para convencer crédulos que a terra é o centro do Universo e Galileu não passava de um herege comunista. Mas quem é DSK e por que seus pares que o levaram à direção máxima do FMI estariam agora dispostos até a sua eliminação física, além da política já obtida, caso resolvesse “resistir” ao complô, urdido desde os bastidores da Casa Branca.

Talvez o maior “escândalo” deste episódio foi constatar que DSK, indicado para dirigir o FMI em 2007, é um histórico militante da “esquerda” do Partido Socialista francês, seu braço direito é o atual deputado pelo PS francês, Jean Cambadellis, ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNEF-ID), e ex-dirigente da corrente revisionista de Pierre Lambert, a OCI. Cambadellis foi o primeiro e talvez único parlamentar francês a sair imediatamente em defesa de DSK, logo das primeiras notícias sobre o suposto assédio à camareira do Sofitel terem corrido o mundo virtual estranhamente poucos minutos depois de sua detenção no interior de uma aeronave. Em 2006 DSK disputou a indicação na convenção nacional do PS francês à presidência da República, aglutinando os setores mais refratários à integração do partido às instituições da V República, perdeu a disputa para Ségolene Royal que posteriormente foi derrotada por Sarkozy nas eleições gerais. DSK foi ministro da economia do governo do Primeiro-Ministro Lionel Jospin, tentando colar sua imagem a do ex-presidente socialista Mitterrand, considerado um símbolo da “velha” social democracia europeia junto ao alemão Willy Brandt. Algumas fontes do jornalismo francês não deixaram de noticiar que assim como Jospin, também DSK teria uma passagem pelas fileiras do lambertismo, o que não surpreende a esquerda trotskista no Brasil que tem um Palocci como representante desta “cepa”. O fato é que DSK vinha liderando as pesquisas eleitorais para a presidência francesa com um discurso social-democrata de “esquerda” contra o “Consenso de Washington”. Em recente entrevista ao Le Monde afirmou: “O consenso deve ser superado por uma nova política econômica com ênfase na coesão social e o multilateralismo”. Desta vez DSK estava convicto que derrotaria seus adversários no interior do PS e depois facilmente passaria pelo cambaleante Sarkozy que atualmente está atrás inclusive da candidata da extrema direita, Marine Le Pen, filha do nazi-fascista Jean Marie Le Pen.

Mas supor que DSK teria sido apeado do FMI unicamente por questões da disputa eleitoral doméstica, como agora levanta um setor do PS francês, é desconsiderar o pano de fundo do caso, ou seja, a própria crise por que passa a economia capitalista mundial e em particular a insolvência de vários países europeus, levando o FMI a uma espécie de “escolha de Sofia” nas mãos de uma pessoa “indesejada” segundo a ótica do imperialismo norte-americano. DSK ascendeu a chefia do FMI em um momento de interregno no comando das potências imperialistas. Como um acordo histórico entre os imperialismos ianque e europeu, a direção do FMI fica a cargo do “velho mundo” e a presidência da Banco Mundial é indicada pelo “Tio Sam”. Dominique assumiu a gerência do FMI como um prêmio de consolação pela derrota do PS frente a um Sarkozy recém-empossado, é claro que o peso da social-democracia europeia foi determinante para a nomeação de DSK que não enfrentou maiores resistências de Bush já de saída da presidência dos EUA. Neste contexto, DSK atravessa o crash mundial de 2008 e em seguida a falência dos estados mais frágeis da Europa, Grécia, Portugal, Irlanda e Espanha. Neste momento já contando com Obama no leme do imperialismo ianque e a consolidação da liderança direitista de Sarkozy no cenário político europeu, DSK começa a desagradar o Tesouro norte-americano ganhando a antipatia pública de Timothy Geithner. O motivo da fricção entre os tecnocratas yuppies de Washington e o prostituído “socialista” francês se deu em torno da adoção ou não do chamado mecanismo de reciclagem de excedentes (SRM em inglês). Este debate da teoria econômica clássica teria implicações importantíssimas no mundo real, pois trata-se de determinar o peso da “ajuda” financeira e os próprios termos contratuais desta “ajuda” a países como Grécia e Portugal, por exemplo. Na outra ponta a adoção do SRM limitaria as políticas monetárias de países “ricos” da zona do Euro como a Alemanha, por exemplo. Com o recorrente pedido de “socorro” da Grécia e Portugal ao FMI e a iminência da condenação da política econômica expansionista alemã, uma conjunção de interesses decretou a morte política de DSK, unindo no mesmo balaio Sarkozy, Angela Merkel e Obama que atravessa o seu melhor período de fortalecimento “em toda linha” internacional (econômica, política e militar).

Com a degola de DSK, Sarkozy ganha agora a primazia da indicação da gerência do FMI para sua ministra das finanças, Christine Lagarde, sob a benção de Merkel, além de se livrar do forte concorrente à sua sucessão. Obama e seu staff do Tesouro e Banco Mundial tranquilizam-se na medida que não correm o risco de assistir ao famigerado FMI “amolecer” de generosidade austera aos “pedintes” europeus , canalizando os recursos do fundo para a barganha ianque com os países ditos emergentes. Quanto a DSK resta ficar de “bico calado” se quiser continuar vivo e tentar desfrutar de uma possível aposentadoria concedida aos pusilânimes que prostituem o legado do verdadeiro socialismo para servir aos amos imperialistas que não demonstram a menor “piedade” em trucidar capachos que outrora lhe prestaram “grandes serviços”.

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA
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