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Grecia do Joelhos diante dos criminososo rentistas
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Saturday, Jul. 02, 2011 at 1:12 PM
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A derrota do movimento de massas foi produto direto da política das direções sindicais, incluindo a PAME (Frente Militante de Todos os Trabalhadores) controlada pelo Partido Comunista grego (KKE), que, mais uma vez, centralizou suas ações sobre a pressão ao Parlamento e não dirigiu a mobilização com o eixo político da derrubada do governo burguês, na perspectiva da construção de uma alternativa de poder operário

GRÉCIA DE JOELHOS DIANTE DOS CRIMINOSOS RENTISTAS

POLÍTICA REFORMISTA DE PRESSÃO SOBRE O PARLAMENTO LEVA A UMA FRAGOROSA DERROTA DO MOVIMENTO DE MASSAS

A greve geral de dois dias, 28 e 29 de junho, convocada na Grécia foi derrotada. O governo "socialista" conseguiu aprovar no Parlamento as duras medidas de ajuste fiscal ditadas pela UE e o FMI. O resultado favorável a Papandreu e ao Pasok já era de esperado, dias antes o mesmo covil de bandidos havia dado seu voto de confiança ao odiado governo "socialista". A derrota do movimento de massas foi produto direto da política das direções sindicais, incluindo a PAME (Frente Militante de Todos os Trabalhadores) controlada pelo Partido Comunista grego (KKE), que, mais uma vez, centralizou suas ações sobre a pressão ao Parlamento e não dirigiu a mobilização com o eixo político da derrubada do governo burguês, na perspectiva da construção de uma alternativa de poder operário. Por outra via, mas na mesma senda da "reforma" do Estado burguês, estiveram os anarquistas, "radicalizando nas pedras", mas mantendo a mesma estratégia de preservar vivo o atual governo, capacho servil do capital financeiro.

A orientação inútil do KKE de pressionar o Parlamento, controlado pelo Pasok, tem levado à desmoralização das mobilizações e ao fortalecimento da direita. A chamada "Nova Democracia", o tradicional partido de direita grego, tem votado contra as medidas justamente para se cacifar eleitoralmente. De lá partiram os 138 votos contra as medidas propostas por Papandreu, que conquistou 155 votos. Como parte desse circo a direita tem ao seu lado a própria bancada de deputados "comunistas" do KKE, liderada por Aleka Papariga. Longe de publicitar a necessidade da derrubada do governo, a ocupação de fábricas e bancos e impulsionar a constituição de comitês de autodefesa para enfrentar a repressão estatal, o KKE tem se limitado a convocar greves de 24 horas ou, no máximo, 48 horas com o objetivo de fazer pressão parlamentar, sem apresentar uma alternativa política de poder para os trabalhadores. O KKE não só participou do circo da votação parlamentar como chama a dar continuidade a essa política suicida: "O grupo parlamentar do KKE votou contra as medidas num todo e encabeçou a manifestação da PAME, onde Aleka Papariga expressou uma saudação ressaltando a necessidade de continuar a luta pelo definhamento das escolhas contra a população do governo, o definhamento do capital e da UE" (sítio, PCB 01/07).

Após o resultado da votação, a grande maioria dos trabalhadores se dispersou e a greve geral, convocada exclusivamente em função da pressão sobre o parlamento, foi encerrada em meio a um sentimento de profunda frustração. Alguns grupos anarquistas ainda se enfrentaram isoladamente com a polícia, mas o conjunto do movimento de massas que deveria de forma organizada derrotar nas ruas a repressão e forçar a queda do governo já estava bastante desmoralizado com mais essa derrota, sem forças para reagir em função da política traidora de suas direções. O movimento dos chamados "cidadão indignados" segue se fortalecendo em seus eixos reacionários "contra os partidos e os sindicatos", a base política inclusive para o fortalecimento de grupos de cunho fascista na Grécia. Já a direita partidária, representada pela "Nova Democracia", aguarda colher os frutos eleitorais de sua encenação parlamentar, como já ocorreu em Portugal e nas eleições municipais espanholas.

Para a classe operária mundial que acompanha atenta o desenrolar dos combates de classe na Grécia fica a lição de que as energias dos trabalhadores não podem ser desperdiçadas no jogo da pressão institucional sobre o corrupto parlamento burguês. As lutas proletárias contra o arrocho, as medidas de ajuste e a exploração capitalista que impõem os governos burgueses europeus diante da crise estrutural (não simplesmente conjuntural e financeira) do regime capitalista, devem ter como estratégia revolucionária a construção de uma alternativa de poder proletário sobre os escombros das instituições do Estado burguês e de seus governos fantoches.

Aqueles revisionistas que alardearam em passado recente que a crise econômica capitalista gerada pelo crash financeiro de 2008 era parteira "natural da revolução" iminente, mais uma vez foram silenciados pela História. Hoje são os mesmos pseudotrotskistas que, ao fazerem o balanço da greve geral, omitem a derrota do movimento e a completa ausência de uma estratégia de poder para a classe operária. A tragédia grega, por vias dolorosas, demonstra que por mais radicalizadas que sejam as lutas econômicas elas não avançam rumo a uma saída proletária e socialista se não estiverem lastreadas por um programa classista e uma estratégia comunista, tendo a sua frente um partido revolucionário para a tomada do poder pelos trabalhadores.

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA
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