Julio López
está desaparecido
hace 6401 días
versión para imprimir - envía este articulo por e-mail

Diante do assassinato de Kadaffi é necessário realizar ato em defesa da resisténcia
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Friday, Oct. 21, 2011 at 7:20 AM
lbiqi@hotmail.com

A realização do ato nacional é ainda mais importante agora em que o coronel Kadaffi, liderando a heróica resistência a agressão imperialista, foi covardemente assassinado por uma operação militar coordenada pela OTAN em conjunto com os mercenários “rebeldes” após vários dias de pesados bombardeios sobre a cidade de Sirte

Diante do assassinat...
cartaz_ato_libia_cmi.jpg, image/jpeg, 450x647

RESPOSTA AOS COMPANHEIROS DE "LUTA MARXISTA"

DIANTE DO ASSASSINATO DE KADAFFI PELA OTAN É, MAIS DO QUE NUNCA, NECESSÁRIO REALIZAR UM ATO NACIONAL EM DEFESA DA RESISTÊNCIA LÍBIA, QUE SEGUE O COMBATE ANTIIMPERIALISTA

Os companheiros de Luta Marxista (LM) responderam a Carta Aberta lançada pela LBI em que convocamos as organizações políticas que não apoiaram nem silenciaram diante dos covardes bombardeios da OTAN a realizarem um ato nacional em defesa da resistência líbia. Saudamos o fato de LM responder nosso chamado, reconhecendo ser “uma obrigação de primeira ordem denunciar a agressão neocolonial contra a Líbia, realizada sob o manto de uma farsa ‘humanitária’ e ‘democrática’. Nada justifica a omissão e a cumplicidade da esquerda”. Justamente pela magnitude dessa tarefa, julgamos a realização do ato nacional ainda mais importante agora em que o coronel Kadaffi, liderando a heróica resistência a agressão imperialista, foi covardemente assassinado por uma operação militar coordenada pela OTAN em conjunto com os mercenários “rebeldes” após vários dias de pesados bombardeios sobre a cidade de Sirte.

Por este mesmo motivo, discordamos frontalmente de LM quando afirma ser “um esforço demasiado realizar um ato nacional”. Compreendemos que é neste momento de aberta ofensiva imperialista que nossa iniciativa política ganha ainda mais vulto e convidamos os camaradas de LM, assim como outras forças políticas, a se integrarem na construção da atividade que está marcada para o dia 03 de novembro, no Consulado da França, no Rio de Janeiro, às 16 horas. Aproveitamos a oportunidade para debater com os argumentos que LM expõe em sua resposta a nossa Carta Aberta, para se opor à realização de um ato nacional centralizado.

Em primeiro lugar, apesar de LM pontuar que “a obrigação de defesa das nações oprimidas é incondicional, não depende do caráter do regime”, os companheiros acabam por comprar a versão da mídia burguesa de que Kadaffi era um “ditador sanguinário” como Mubarak ou Ben Ali. Na verdade, o regime nacionalista líbio foi produto de uma revolução democrática encabeçada por coronéis pan-arabistas apoiados pelo movimento de massas que derrubaram a monarquia arquirreacionária no final dos 60, nacionalizando a terra e as riquezas minerais, como o petróleo. O conto reacionário de que Kadaffi instaurou uma “ditadura sanguinária” é parte da pesada propaganda imperialista para melhor traficar seu apoio à fantasiosa “revolução árabe” sob o manto de uma farsa “humanitária” e “democrática”. As concessões operadas por Kadaffi no último período, pela via da aproximação principalmente com o imperialismo europeu, sem dúvida debilitaram as conquistas oriundas com a queda da monarquia, mas de forma alguma tornaram o regime político burguês uma “ditadura sanguinária” a serviço do império. A inflexão realizada por Kadaffi rumo às potências imperialistas e suas transnacionais do petróleo é parte das vicissitudes de qualquer governo nacionalista burguês, ou o governo Chávez (falso Socialismo do Século XXI) não faz acordos econômicos com a Shell por acaso? Alguém em sã consciência, fora a FOX News e a rede Globo, poderia levantar que a Venezuela atravessa uma “ditadura sanguinária” porque Chávez sordidamente entregou militantes de esquerda para o governo narcotraficante de Santos na Colômbia? Se tomarmos o conceito marxista do Estado, seremos taxativos em sustentar que na Líbia existia uma ditadura da classe capitalista sobre o proletariado, assim como ocorre na Venezuela ou nos regimes democráticos da França e Brasil etc... De modo algum defendemos a tese da existência do “Socialismo Verde” na Líbia, como fez o revisionista Healy e o WRP inglês até hoje. Por esta razão, nossa defesa da frente única com a resistência líbia e as forças populares que apoiavam o regime nacionalista burguês se dá com absoluta independência de classe, “marchando separado e golpeando junto” como nos ensinou Lenin. A unidade de ação não é apenas uma abstração teórica como leva a crer LM ao afirmar que “Não pode haver Frente Única na Líbia onde a esquerda não conta com qualquer militância”. Esta frente única está baseada na própria ação concreta das massas, na defesa incondicional das conquistas sociais que se mantiveram e que estão em jogo na guerra em curso. Nesse sentido, a defesa da vitória militar da resistência líbia e a frente única com os milhares de apoiadores de Kadaffi, fazem parte do esforço da classe operária líbia para vencer as forças abutres, preservando sua independência política na mesma trincheira de luta anti-imperialista.

Por sua vez, não é o fato de que as correntes que no Brasil denunciam os bombardeios da OTAN em apoio aos rebeldes “sejam pequenas organizações, que contam-se com sobra nos dedos de uma mão e dificilmente têm militância nos mesmos estados”, que nos impedirá de realizar um ato nacional em apoio à resistência líbia em nosso país. Sigamos o exemplo político de Lenin, Trotsky, Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht que mesmo sendo um punhado de revolucionários reuniram-se na ultra-minoritária Conferência de Zimmervald, em 1914, para denunciar vigorosamente o social chauvinismo na primeira guerra imperialista, assentando as bases políticas e teóricas de ruptura com a “gigantesca” II Internacional. O mesmo fez Trotsky e um pequeno punhado de camaradas bolcheviques quando levou o combate sem tréguas à burocratização do estado soviético enfrentando o tacão da poderosa máquina stalinista, que controlava os PCs em todo o planeta. A fundação da IV Internacional também nasce no mesmo espírito de combate, apesar de sua pequenez numérica! Como se vê, mesmo quando “contam-se com sobra nos dedos de uma mão”, os genuínos revolucionários não fugiram de suas tarefas históricas frente a magnitude necessidade da luta de classes! Agora não será diferente!

Os camaradas nos dizem que “As poucas organizações que mantiveram uma postura anti-imperialista na Líbia devem unificar esforços para denunciar essa ocupação” e, justamente por essa razão, estranhamos o fato da própria LM defender que “Parece-nos mais proveitoso realizarmos atos ou agitações numa data unificada, onde for possível, individual ou coletivamente”. Temos a obrigação, como correntes políticas que se reivindicam revolucionárias, de unificar nossos esforços coletivamente, como fizeram junto com a LBI os companheiros do Coletivo Lenin e o camarada Tejo, do PCB do Rio de Janeiro, que aceitaram nosso convite e estão construindo o ato nacional na capital fluminense. Parece-nos que a proposta de LM de reforçar o caráter “individual” e descentralizado do protesto, acaba infelizmente sendo um reflexo político em suas fileiras da onda dos “indignados” ou de movimentos tipo “Ocupar Wall Street”, onde os partidos de esquerda são proibidos de participar com faixas e bandeiras, de forma organizada e coletiva, sendo substituídos pela figura do “cidadão”, do “indivíduo” como centro das manifestações. Não por acaso, estas agitações são avessas ao programa comunista e ainda mais ao bolchevismo.

Apesar das diferenças que fraternalmente pontuamos, consideramos que LM denuncia corretamente os revisionistas do trotskismo, como a LIT, considerando-os como renegados que devem ser desmascarados como agentes da contrarrevolução “democrática”. Fazendo nossas as palavras dos próprios companheiros, “devemos procurar o melhor método para realizar essa denúncia conjunta”. Portanto, convidamos publicamente vossa corrente política a se somar ao ato nacional de 03 de novembro, no Rio de Janeiro, em defesa da resistência líbia contra a agressão imperialista!

Saudações Revolucionárias

Direção Nacional da Liga Bolchevique Internacionalista

http://www.lbiqi.org

Visite o BLOG político da LBI:

http://lbi-qi.blogspot.com/

agrega un comentario