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Comandaria Chávez um regime pró-imperialista na Venezuela?
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Wednesday, Nov. 09, 2011 at 9:50 AM
lbiqi@hotmail.com

Se forem coerentes, os revisionistas (a corrente de Alan Woods é a expressão maior da “incoerência” deste setor da esquerda) que acusaram Kadaffi de ter comandado na última década um regime pró-imperialista serão obrigados também a caracterizar o governo de Hugo Chávez na Venezuela como tão ou mais pró-imperialista que seu inspirador norte-africano. Porque não o fazem?

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Comandaria Chávez um regime pró-imperialista na Venezuela?

O presidente “bolivariano” vem entregando vários dirigentes militares das FARC para os cárceres fascistas colombianos. A lista é vasta! A colaboração entre os serviços de inteligência da Venezuela com o aparato repressivo da Colômbia, diretamente controlado pela CIA e que tem auxílio do Mossad, é responsável pelo sucesso de operações militares que levaram a morte de quadros das FARC, como recentemente a do comandante Afonso Cano e outros guerrilheiros. Alguma corrente política, ainda que tenha denunciado a conduta de Chávez, caracteriza que seu governo tenha se convertido em um peão do imperialismo na América Latina por conta desta colaboração vergonhosa com Santos e a CIA? Absolutamente! Muitos grupos apoiadores da farsesca “revolução árabe” que bradaram aos quatro cantos que Kadaffi era um “ditador sanguinário pró-imperialista” na Líbia sequer denunciam o apoio da Venezuela à perseguição as FARC e a prisão de vários de seus militantes pelo exército bolivariano!

Para os revisionistas mais esquecidos, lembremos que o governo Chávez tem sido abertamente conivente com o assassinato de sindicalistas, principalmente aqueles que fazem oposição a seu governo, como foi o caso de três dirigentes operários da central venezuelana União Nacional dos Trabalhadores (UNT) que tiveram suas vidas ceifadas em 2008 ou os companheiros da Mitsubishi em 2009. A lista é vasta! A guarda nacional chavista reprime as greves e age em apoio aos grupos armados contratados pelos patrões para atacar os trabalhadores, principalmente nas greves que paralisam a produção de empresas transnacionais como Pepsi-Cola, Mitsubishi Motors Corporation... Por acaso, apesar de sua aberta repressão aos lutadores, alguma corrente de esquerda, apoiadora ou crítica do governo Chávez, saiu a acusá-lo de ter se convertido em um regime pró-imperialista por conta desses graves acontecimentos?

Se o critério teórico para definir o caráter do regime político como pró-imperialista for os contratos com as transnacionais do petróleo, então o governo Chávez seria um dos mais fiéis aliados de Obama no continente! O governo da Venezuela, grande produtor de óleo, estabelece concessões muito maiores neste setor do que as praticadas na Líbia quando comandada por Kadaffi, inclusive com empresas norte-americanas como a Texaco, que mantém bases de extração e distribuição no país. Chávez nunca cortou o fornecimento de petróleo para os EUA. Existiria “prova” mais contundente do apoio de Chávez ao imperialismo ianque, que usa o petróleo venezuelano para manter suas guerras de rapina contra os povos?

Tragicomicamente, um dos argumentos centrais para os revisionistas justificarem seu vergonhoso apoio aos “rebeldes” pró-OTAN na Líbia ou mesmo grupos “derrotistas” se negarem a estabelecer a unidade de ação com as forças do regime vigente quando estas se enfrentavam com os mercenários do CNT em terra seria a suposta conversão do decadente regime nacionalista burguês comandado por Kadaffi em um governo pró-imperialista nos últimos 20 anos. As “provas” dessa evolução seriam sua colaboração com a CIA para a perseguição aos “opositores” e aos militantes da Al Qaeda além dos contratos com as transnacionais do petróleo. Não faltou a divulgação de fotos de Kadaffi com Obama, Sarkozy... para evidenciar tal conversão. Como se viu, Chávez segue o mesmo caminho... Os que apoiaram os supostos “rebeldes” teriam na Venezuela que se somar às orquestrações dos golpistas “esquálidos” que também se dizem “inimigos da ditadura”, já que tanto na Líbia como na Venezuela essas forças políticas e sociais representam a contrarrevolução, assumindo o objetivo de liquidar conquistas do proletariado. Seria cômico se não fosse trágico ver essas mesmas correntes serem acossadas e desmoralizadas na Venezuela por manifestações supostamente “democráticas” patrocinadas pela direita golpista, inspiradas nos ventos de “mudança” trazidos do Oriente.

Se forem coerentes, os revisionistas (a corrente de Alan Woods é a expressão maior da “incoerência” deste setor da esquerda) que acusaram Kadaffi de ter comandado na última década um regime pró-imperialista serão obrigados também a caracterizar o governo de Hugo Chávez na Venezuela como tão ou mais pró-imperialista que seu inspirador norte-africano. Porque não o fazem? Exatamente porque estão “vendidas” ao regime de Chávez, que se mostrou muito generoso em “agradar” as correntes revisionistas que o apóiam. Quanto a Kadaffi, este já tinha cortado todos os vínculos políticos e principalmente materiais que manteve por muitos anos com a esquerda reformista mundial, provocando uma “radical” mudança na caracterização destes senhores acerca do regime Líbio. Ou seja, quando acabaram as “verbas” que Kadaffi destinava a corromper os reformistas, estes logo o acusaram de “pró-imperialista”!

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