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Síria: PTS, a um passo “à esquerda” do Morenismo, mas ainda no mesmo campo da OTAN
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Saturday, Feb. 04, 2012 at 11:10 AM
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Como não poderia deixar de ser em seu mundo de fantasia montado para enganar incautos, o PTS afirma que é possível ganhar mercenários a serviço da CIA para a luta anti-imperialista em meio à guerra civil entre o governo Assad e as forças da reação

ONTEM NA LÍBIA, HOJE NA SÍRIA...

PTS, A UM PASSO “À ESQUERDA” DO TRADICIONAL MORENISMO, MAS AINDA NO MESMO CAMPO DA OTAN

O PTS vem se especializando em apoiar a investida imperialista contra os regimes nacionalistas burgueses, primeiro na Líbia agora na Síria, sem, no entanto, querer assumir o ônus político desta posição contrarrevolucionária ante a vanguarda militante. Para tanto, apesar de adotar a mesma política canalha do arco morenista em apoio à farsesca “Primavera Árabe”, busca espertamente sempre manter-se a um pequeno passo “à esquerda” de distância de seus antigos “mestres” revisionistas da LIT e da UIT. Esse artifício covarde torna a linha política do neomorenista PTS ainda mais asquerosa que a adotada pelos seus “pares”, na medida em que faz o mesmo jogo sujo a serviço do imperialismo, fingindo não manchar as mãos com o sangue das massas árabes atacadas pelos “rebeldes” organizados pela OTAN.

No artigo “Síria rumo às jornadas decisivas” publicado no sítio do PTS em 02 de fevereiro, se afirma logo no início que “O ditador al-Assad deve ser derrubado pela mobilização independente das massas”. Por tal declaração se abstrai a primeira lição fundamental: a Casa Branca e o PTS defendem o mesmo objetivo comum neste momento na Síria, derrubar o governo nacionalista burguês da oligarquia Assad. A “diferença” é que, segundo o PTS, a suposta “ditadura” deve ser colocada abaixo pelas massas e não pelo imperialismo. Este frágil e abstrato castelo de cartas se desmancha logo pelo simples fato de no mundo real Obama e as potências europeias apoiarem as mesmas “manifestações” apresentadas pelo PTS como autênticas revoltas populares. Tais “protestos”, na verdade, são atos políticos patrocinados por grupos mercenários vinculados a direções arquirreacionárias com estreitas ligações com a CIA, Mossad, M-16 e os países árabes aliados da Casa Branca, como Arábia Saudita e Qatar, além da Turquia. Essa “contradição” é artificialmente montada pelo PTS para apoiar as manifestações pró-imperialistas visando apresentá-las como progressistas e democráticas, que devem ser apoiadas, cabendo uma “disputa” com suas direções, como o Conselho Nacional Sírio (CNS).

Lembremos que o PTS apoiou os “rebeldes” na Líbia e quando a OTAN bombardeou o país em apoio a esses mercenários, esses neomorenistas se declararam formalmente contrários à ação da aliança imperialista. Agora fazem novamente o mesmo jogo de cena, apoiam as “massas” sírias, na verdade grupos tribais reacionários manipulados pelas potências capitalistas, mas se dizem timidamente contra a “intervenção humanitária do imperialismo” na Síria.

Como se trata de uma farsa, esses malabaristas políticos são obrigados a reconhecer que “o governo Obama e seus aliados já não acham possível chegar a um acordo com al-Assad e optaram por buscar sua desestabilização para forçar uma ‘mudança de regime’ em Damasco, no que se sentem alentados pelo resultado favorável da intervenção na Líbia, mais além das contradições da consolidação de um regime pós-Kadafi”. O “detalhe” é que Obama está seguindo na Síria o mesmo script macabro que impôs na Líbia, sendo bastante útil para alcançar esse objetivo a cobertura que a esquerda revisionista mundial deu aos “rebeldes” na Líbia e presta agora aos “protestos” na Síria. Portanto, as queixas do PTS não passam de artimanha barata para seguir em sua política de apoio aos aliados do imperialismo em solo sírio.

Para justificar sua política, o PTS afirma “Se bem não é um agente direto do imperialismo como foi o egípcio Mubarak, nem um ‘converso’ a aliança com o ocidente como Kadafi, nenhum interesse tem os trabalhadores e o povo sírio na preservação do regime encabeçado por al-Assad”. Aqui reside o ponto central da política pró-imperialista destes canalhas! Como na Síria há um regime burguês de corte "nacionalista", inclusive segundo o PTS com mais fricções com o ocidente que o próprio Kadaffi, lutemos para... derrubá-lo em “unidade tática” com as forças da reação interna apoiadas pela Casa Branca e a União Europeia! Esta política é oposta à que os revolucionários devem adotar quando governos burgueses nacionalistas, frente populistas ou reformistas são atacados por forças contrarrevolucionárias internas ou externas. Nossa tática neste caso é a unidade de ação com o exército nacional e as forças populares que sustentam o regime para ganhar a confiança das massas que apoiam estes governos burgueses na luta contra a intervenção imperialista e seus agentes internos. Desta forma estaremos preparando as condições para a derrota do imperialismo e para superar no curso da própria batalha a direção burguesa (oligarquia Assad) que limita o combate revolucionário dos trabalhadores contra os abutres neocolonialistas. O PTS aplica a linha oposta, uma cópia bastarda do morenismo: une-se aos grupos mercenários ligados à contrarrevolução contra os regimes nacionalistas burgueses que tem fricções com o imperialismo em nome de disputar os rumos da “primavera árabe”, ou seja, se posta ao lado da reação democrática pró-imperialista e depois lamenta a derrota imposta às “massas” pelas intervenções da OTAN. Foi assim na Líbia será assim na Síria caso avancem os “protestos” que o PTS aplaude como verdadeiras “revoltas populares”.

Os picaretas ainda tem a cara de pau de dizer que Obama ataca a Síria porque saiu fortalecido da Líbia justamente quanto o PTS e todo o arco morenista tratou de vender aos quatro cantos que está em curso uma “revolução” nestes países, sendo a Síria agora a “bola da vez”. Não por acaso, o PTS afirma: “A profunda crise social e política deve ser compreendida no marco, por um lado, do ciclo de rebeliões da chamada ‘primavera árabe’ de que a Síria é um foco importante, se bem que durante 2011 não se deu um salto revolucionário como no Egito e o regime se manteve sem desintegrar-se como na Líbia”. Como se vê, o PTS torce para o regime sírio também “desintegrar-se”, como na Líbia. Acontece que o regime Kadaffi não “desintegrou-se”, ele foi atacado durante mais de oito meses por bombardeios genocidas da OTAN, sendo seus dirigentes assassinados por mercenários em ações militares conjuntas com a aliança imperialista! A isso os calhordas do PTS, que se dizem contra as “intervenções imperialistas” no abstrato, chamam de “ciclo de rebeliões” que agora tem suas “jornadas decisivas” na Síria!

Como não poderia deixar de ser em seu mundo de fantasia montado para enganar incautos, o PTS afirma que é possível ganhar mercenários a serviço da CIA para a luta anti-imperialista em meio à guerra civil entre o governo Assad e as forças da reação. Em seu delírio declara que “A maior contradição política do levantamento é que ao não desenvolver uma dinâmica revolucionaria independente, está ficando subordinado ao CNS e seu programa pró-imperialista como um favor de pressão em busca da ‘mudança de regime’ subordinado aos EUA e a UE. Somente uma política de denuncia e ruptura com o CNS e toda outra agência de colaboração democrática com o plano imperialista, tanto como frente ao regime, pode abrir a as vias ao desenvolvimento de uma mobilização independente que ponha a frente a classe trabalhadora, com a auto-organização operária e popular e aponte a uma saída progressiva, revolucionária, a crise síria”. Este conto de fadas só existe na cabeça desses filisteus que desejam maquiar a realidade para tornar sua política menos escandalosa. O exemplo líbio já provou que a cantilena de que as “massas” devem “romper com a direção pró-imperialista” não se sustenta, justamente porque a base social e política dos protestos são grupos reacionários, enquanto o grosso da classe trabalhadora organizada e com tradição de luta anti-imperialista em apoio à causa palestina e ao Hezbolah apóia o regime burguês nacionalista pelas conquistas sociais que ainda sobrevivem, apesar de todas as concessões da oligarquia Assad ao imperialismo.

O mais repugnante na política do PTS é que esses falsos “puros” neomorenistas ainda tem a cara de pau de criticar os seus “mestres” depois de copiar de forma bastarda a mesma política que adotam na Síria. Cinicamente, o PTS denuncia a UIT por “adaptar-se as forças burguesas e pró-imperialistas que estão em luta contra a tirania” em nome do apoio a uma “suposta revolução democrática” quando na verdade UIT, CS e outras seitas revisionistas não fazem mais que levar até as últimas consequências a política que também defende o próprio PTS, colocando-se claramente ao lado das tropas de rapina, abutres da OTAN e da ONU. O fato da UIT “reclamar” da “inoperância do Conselho de Segurança da ONU” é rechaçado pelo PTS, que nestas horas se traveste formalmente de principista. A reivindicação da UIT, que também defendeu o envio de armas pelo imperialismo para os “rebeldes” líbios a fim de derrotar Kadaffi, tem por objetivo alcançar o mesmo que defende o PTS, ou seja, “derrubar a ditadura Assad”! O “verso” que isto se daria através de uma “mobilização independente das massas” é simplesmente uma cortina de fumaça para desarmar o proletariado mundial em sua luta contra a ofensiva imperialista maquiada de “transição democrática” comandada por Obama.

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