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48 anos do golpe militar: só a revolução será capaz de “vingar” nossos combatentes mortos
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Monday, Apr. 02, 2012 at 6:07 AM
lbiqi@hotmail.com

Leia o editorial do Jornal Luta Operária nº 232, 2ª Quinzena de Março/2012 e veja logo abaixo o sumário completo desta edição

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EDITORIAL

HÁ 48 ANOS DO GOLPE MILITAR, SOMENTE A REVOLUÇÃO SOCIALISTA SERÁ CAPAZ DE “VINGAR” NOSSOS COMBATENTES MORTOS

Há exatamente oito anos atrás, a LBI realizava um grande ato no auditório do sindicato dos servidores públicos do Rio de Janeiro (Sintrasef) para homenagear “nossos heróis mortos e torturados pelo regime militar”. Nesta ocasião, quando se passavam 40 anos da quartelada gorila que “afugentou” João Goulart da gerência do Estado burguês, não estava na “ordem do dia” da mídia o debate sobre a revisão da malfadada “Lei da Anistia” e tampouco o governo Lula cogitava em meados de 2004 instalar qualquer “Comissão da Verdade” ou algum organismo institucional similar.Também neste momento a esquerda revisionista que se reclamava “trotskista” impulsionou qualquer atividade para marcar a passagem dos 40 anos da instauração da ditadura militar, pelo contrário, as organizações como o PSTU e a “esquerda” do PSOL não se cansavam em qualificar os militantes que “caíram” na barbárie da repressão assassina de “traidores stalinistas” que pretendiam aplicar a “tática da luta armada no Brasil” (Sítio do PSTU, abril de 2004). A LBI, apesar de nossas modestas forças, realizou a justa homenagem a todos companheiros vítimas do regime militar, independente de nossas profundas divergências programáticas com a tática equivocada do stalinismo levada a frente naqueles fatídicos dias que antecederam a quartelada militar. Agora, quando se completam 48 anos da mudança do regime político, apeando do governo uma liderança nacionalista burguesa e colocando em seu lugar milicos a serviço direto das ordens imperiais da Casa Branca, volta a cena as discussões acerca dos bárbaros crimes da ditadura e, por consequência, da chamada “verdade e reparação” a todos aqueles que foram alvos da sanha criminosa dos gorilas fascistizantes.

A iniciativa de “chamar” para o cenário político atual o balanço de uma etapa histórica marcada pela maior derrota da classe operária nos últimos 50 anos, sem sombra de dúvidas partiu do governo da frente popular. Dilma buscava catapultar um traço específico de sua trajetória política, ou seja, o fato de ter sido militante de uma organização guerrilheira e torturada nos cárceres da ditadura, por sobre a própria história do “mito” Lula, liderança operária que nunca pertenceu a nenhuma organização “revolucionária”. Outro aspecto importante que levou o atual governo a convocar a “Comissão da Verdade” foi o elemento de tentar equiparar-se “democraticamente” aos parceiros do Mercosul como Argentina e Uruguai, cujos governos de “centro-esquerda” vêm manobrando a questão dos presos e desaparecidos em seu favor. Em um momento onde o “poste” Dilma procura “gerar” seu próprio brilho político nas sombras da debilidade física do padrinho Lula, nada melhor do que uma paródia de apuração da verdade histórica, realizada a partir de um organismo paraestatal composto por figuras “sinistras” e “republicanas” totalmente confiáveis a estabilidade social do regime da democracia dos ricos.

Tanto a esquerda “chapa branca” como a revisionista de “oposição”, foram mais uma vez completamente a reboque da iniciativa estatal da frente popular, reivindicando do atual regime democratizante que “faça justiça” e “abra os arquivos da ditadura”. Os eixos programáticos postos por esta “esquerda adaptada” acerca da questão da “reparação” e da própria punição aos militares e torturadores revela a absoluta incompreensão do fenômeno histórico que conduziu ao “poder” o regime militar por quase vinte anos. O golpe militar não irrompeu na conjuntura para interromper simplesmente um “ciclo” democrático da história política do país. A mudança do regime político em 64 foi uma necessidade do “ciclo” da acumulação capitalista em um país que atravessava um ritmo acelerado de associação ao capital imperialista, particularmente ao norte-americano. O governo João Goulart, identificado com o velho “nacionalismo” getulista, estava claramente tensionado por uma vertente um pouco mais à esquerda do nacionalismo burguês latino-americano, onde ocupava um papel decisivo a figura do cunhado Leonel Brizola, que começava a estabelecer as primeiras relações com a social democracia européia. Neste sentido, a fase de rápida industrialização, subordinada aos investimentos ianques no Brasil, entrava em flagrante contradição com um regime de corte “protecionista” de setores da burguesia nacional. Em um período de grande polarização mundial, onde a classe operária portava uma forte referência ideológica na antiga URSS, a alternativa da emergente burguesia industrial era a instauração de um regime político de “poucas liberdades” para o proletariado e que potenciasse o processo de acumulação capitalista que levou o país ao “milagre” do patamar de oitava economia mundial.

Ao contrário do “senso comum” amplamente difundido pela mídia capitalista e em parte legitimado pela esquerda palatável, nossos combatentes não foram mortos “lutando pelo restabelecimento da democracia”, tombaram no confronto direto com as forças da repressão pela causa da revolução socialista, mais além dos desvios políticos das direções reformistas e etapistas que hegemonizavam o momento. A concepção da “democracia como valor universal” não permeava as mentes de nenhum dos nossos heróis que deram suas vidas no combate revolucionário contra a ditadura militar. Neste ponto reside a contradição fundamental entre o regime de “exceção” imposto ao país pelas classes dominantes e o conjunto da militância socialista naquela etapa da luta de classes. Salvo alguns setores do “Partidão” que já flertavam com uma “flexibilização” do leninismo em direção à social democracia, o que anos depois daria origem ao chamado “eurocomunismo”, as organizações de esquerda que se levantaram em armas contra os facínoras adotavam a estratégia da defesa da ditadura do proletariado versus ditadura capitalista, sob a forma concreta assumida em 64 de um regime político militar. Somente após décadas, justamente na transição da ditadura militar à democracia burguesa, regime por excelência do modo de produção capitalista segundo Marx, irá acontecer a “metamorfose” da esquerda reformista assumindo as teses do “triunfo” da democracia sobre o “autoritarismo leninista”. Com a queda do Muro de Berlim em 1989, esta mesma esquerda, já formatada a “Nova República”, se transfere definitivamente de “malas e bagagens” para o campo “republicano” das instituições representativas do capitalismo.

Semear falsas ilusões de que este regime democratizante, seja qual for a tonalidade de sua gerência política, possa fazer um resgate histórico dos combatentes socialistas que morreram lutando contra a dominação capitalista em nosso país é uma trágica armadilha que serve para embotar a consciência das novas gerações de lutadores, ou no pior dos casos, um “trambique” para amealhar algum trocado no balcão de negócios das indenizações pagas pelo Estado burguês às vítimas da ditadura. Por sinal, não só os velhos reformistas entraram de cabeça no “negócio” das indenizações, também os revisionistas do PSTU resolveram abrir sua própria “empresa” neste setor. Exigir que a classe capitalista e seu Estado “pague” pelas consequências dos atos espontâneos de heroísmo da causa socialista corresponde à pior maculação da memória revolucionária de nossos combatentes. Desgraçadamente, viúvas e herdeiros biológicos de nomes honrados como Mariguella e Lamarca vêm caindo nesta prática cretina que denigre a escolha abnegada de cada combatente socialista pela causa da revolução.

A verdadeira punição aos torturadores e seus “patronos” capitalistas não poderá ser efetivada por nenhum governo “democrático” no marco de um Estado burguês, pelo simples fato de que a burguesia jamais se “autopunirá” de seus monstruosos crimes históricos. Somente a revolução socialista será capaz de “vingar” nossos heróis e combatentes mortos e torturados por um regime militar posto a serviço das grandes multinacionais imperialistas. A farsa desta “Comissão da Verdade” avalizada inclusive pelos “pilantroskos” do PSTU e PSOL em busca de algumas migalhas do Estado burguês deve ser denunciada vigorosamente por todos aqueles que ainda “ousam” levantar a bandeira da revolução socialista e desta forma homenagear aos heróicos combatentes que nunca se vergaram nem diante dos infames algozes como Fleury e seus comparsas, muitos dos quais ainda em plena atividade e acobertados pelo atual governo da frente popular. A única “reparação” possível, para os marxistas revolucionários, é enterrar definitivamente da história da humanidade todo e qualquer regime que venha “cultuar” a exploração da classe operária por um punhado de parasitas, protegidos pelas armas de seu estado capitalista.

[31/03/2012; 23h45min]


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Sumario do Jornal Luta Operária, nº 232, 2ª Quinzena de Março/2012


EDITORIAL
Há 48 anos do Golpe Militar, somente a revolução socialista será capaz de “vingar” nossos combatentes mortos


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