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Brasil: CSP-Conlutas entra na “câmara setorial” do governo Dilma e grandes empreiteiras
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Sunday, Apr. 08, 2012 at 1:04 AM
lbiqi@hotmail.com

Somente a ação direta dos operários pode determinar os rumos desta luta, construindo uma poderosa reação da categoria em nível nacional para colocar os patrões e o governo da frente popular contra a parede e lutando pela expropriação dos “grandes empresários” donos das empreiteiras

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VERGONHOSA TRAIÇÃO DE CLASSE

CSP-CONLUTAS ENTRA NA “CÂMARA SETORIAL” DO GOVERNO DILMA E GRANDES EMPREITEIRAS, RESPONSÁVEL PELA COGESTÃO DA BRUTAL EXPLORAÇÃO DOS OPERÁRIOS

Logo após a segunda onda de greves operárias nas obras do PAC ocorrida neste mês de março e início de abril, em que os pelegos da CUT e da Força Sindical sabotaram as lutas, manipulando assembleias e impondo acordos rebaixados, como em Jirau, a CSP-Conlutas anunciou que “passa a compor a ‘Mesa Nacional Permanente Para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Construção’ para o acompanhamento do cumprimento do ‘Compromisso Nacional Para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Construção’, buscando ser porta voz das lutas, das greves e das reivindicações dos operários e exigir do Governo e das empreiteiras a imediata efetivação do ‘Compromisso Nacional’ em todas as obras, bem como, o atendimento imediato de todas as reivindicações dessa categoria” (Sítio CSP-Conlutas, 05/04). Como se vê, trata-se de uma vergonhosa traição à luta dos operários de Jirau e demais obras do PAC, que através de sua ação direta, denunciaram o nefasto papel dessa comissão criada desde 2011 e maquiada agora em 2012 para atacar as greves e perseguir os operários em luta, com os membros da burocracia sindical atuando como verdadeiros capazes dos patrões!

Com a cara de pau própria dos pelegos mafiosos, a direção da Conlutas sai em defesa de uma política de aberta colaboração de classes, declarando que deseja fazer valer o “compromisso nacional” entre as três partes, quando os próprios operários já demonstraram que está mais do que na ordem do dia a organização da greve nacional dos trabalhadores das obras do PAC contra o verdadeiro trabalho escravo a que são submetidos! Lembremos que há poucos dias, às margens do Rio Madeira, região amazônica, milhares de operários se revoltaram contra as péssimas condições de trabalho a que estavam submetidos pela empreiteira Camargo Correa e se rebelaram contra os burocratas “chapa branca” da CUT, Conticom e do STICCERO que impuseram votação em urna depois de serem derrotados na assembleia! Como resposta a essa “ousadia”, houve a intervenção da Força Nacional para reprimir os protestos com extrema violência. A polícia invadiu os alojamentos e agrediu famílias que dormiam, deixando vários feridos e dezenas de presos.

Segundo os burocratas sindicais do PSTU, “A CSP-Conlutas que esteve no início das negociações com o Governo e que rompeu, em protesto as quatro mil demissões ocorridas em Jirau no auge das mobilizações de 2011, esteve presente no lançamento desse acordo e apoiada na realidade concreta de um novo levante de greves irá compor, a partir de agora, a ‘Mesa Nacional Permanente para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Construção’ que, formalmente, terá o papel de acompanhar a implantação do referido termo” (Idem). Mas, a política escandalosa desses senhores picaretas de “esquerda” não para por aí! Na mesma nota em anunciam sua adesão a esse pacto social explícito, a CSP-Conlutas ainda declara cinicamente seu papel nefasto de contenção das lutas neste engodo: “Estabelecer o acordo não basta. É preciso colocá-lo em prática. As inúmeras greves que voltaram a explodir nos grandes canteiros, com a mesma intensidade, pelos mesmos motivos mostram que a situação continua como antes. Os trabalhadores seguem sendo tratados com a mesma truculência e/ou conivência dos governantes e arrogância da patronal. Como por exemplo, nos episódios de humilhação e repressão policial praticados pelo o Consórcio Construtor de Belo Monte, bem com as centenas de demissões efetivadas como forma de punir os operários que lutam por melhores condições de trabalho nas diversas obras desse País”. Cabe a pergunta: qual a saída para tal situação dramática? Aprofundar as greves, radicalizá-las, organizar a luta nacionalmente... nada disso, a CSP-Conlutas defende “uma mesa nacional permanente para o aperfeiçoamento das condições de Trabalho na Indústria da Construção’ e a imediata efetivação do ‘Compromisso Nacional’ em todas as obras”! Mais claro impossível!!!

Em várias partes do país explodiram greves, de norte a sul. Nas obras do governo federal em Jirau, em Belo Monte, no estádio do Castelão no Ceará, houve novamente um verdadeiro levante contra exploração das grandes empreiteiras. Os sindicatos que se dizem combativos como o de Fortaleza, Belém e Belo Horizonte deveriam ter puxado a greve nacional, mas não fizeram esse chamado. Particularmente a CSP-Conlutas preferiu mais uma vez entrar em uma comissão de negociação que é uma armadilha para desarmar a nossa luta contra o governo e os patrões ao melhor estilo das câmaras setoriais! Já se antecipando das críticas frente a essa vergonha traição a direção da CSP- Conlutas nos “avisa” que “utilizará esse acordo, que reflete demandas e orientações sobre condições mínimas de trabalho, para buscar ser uma interlocutora dessas lutas e reivindicações”. A CUT e a FS dizem o mesmo, simplesmente copiam o discurso de Vicentinho, que na década de 90 impôs acordos vergonhosos no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC através das câmaras setoriais. Agora é o PSTU que reivindica abertamente tal política de colaboração de classes.

A verdade é que a estratégia política assumida pela CSP-Conlutas, fincada em uma oposição institucional ao regime democratizante cujo eixo é a pressão lobista ao corrupto Congresso Nacional, determinou o fracasso político e organizativo deste projeto. Com a eleição de Dilma e a constatação de que a “oposição de esquerda” saía das urnas ainda mais reduzida do que em 2006, a CSP-Conlutas estabelece uma guinada ainda mais “radical” em direção a sua integração ao Estado burguês. Agora os morenistas não estão mais “agitando” o fantasma do “colapso final” do governo da frente popular como via de conseguir pelo menos alguns postos no Parlamento. No momento atual a CSP-Conlutas quer utilizar as revoltas operárias contra a escravidão nos canteiros de obras do “país das maravilhas” para cacifar sua presença na “mesa de negociações” do governo Dilma conjuntamente com as tradicionais centrais amarelas e chapa branca. Foi a “forma” encontrada pelo PSTU para entrar novamente pela porta da frente no Palácio do Planalto! É um verdadeiro “escândalo” a conduta dos morenistas que participam deste engodo com o governo das empreiteiras na condição de “consultores” de esquerda das reivindicações operárias, expressando a verdadeira falência política de “sua” central sindical.

Ao contrário desses revisionistas que privilegiam acordos com a burocracia sindical governista para ampliar o “fundo financeiro” da Conlutas e abrir um canal direto de interlocução com o próprio governo, a LBI e os sindicalistas revolucionários da TRS denunciam que as empresas do ramo da construção civil são as que mais parasitam o governo Lula/Dilma, uma vez que tem deste a retribuição de favores em face às gordas verbas “doadas” durante a campanha eleitoral. Todas elas, sem exceção, estão mergulhadas em denúncias de violações de direitos trabalhistas e de corrupção ativa expressos nos “leilões” de concessão em que construtoras “partilham” entre si o botim estatal: a Camargo Correa ficou com Jirau, a Odebrecht com Belo Monte, no Rio Xingu, por exemplo.

Está claro que somente a organização dos trabalhadores da construção civil pode reverter este quadro de barbárie escravista imposto pelos empreiteiros acobertados vergonhosamente pelo governo do PT. Somente a ação direta dos operários pode determinar os rumos desta luta, construindo uma poderosa reação da categoria em nível nacional para colocar os patrões e o governo da frente popular contra a parede e lutando pela expropriação dos “grandes empresários” donos das empreiteiras. Essa perspectiva é oposta aos dos neopelegos da CSP-Conlutas!

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