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PSTU alia-se ao PCdoB para apoiar Edmilson Rodrigues que reprimiu greves em Belém
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Tuesday, Jul. 03, 2012 at 10:29 PM
lbiqi@hotmail.com

O PSTU embarcou de malas e bagagens na mesma “lógica” eleitoral do PSOL que antes tanto criticava. Mas a questão colocada é ainda mais profunda: estamos vendo, a partir da aliança estabelecida em Belém, o “começo do fim” do PSTU enquanto partido que se reivindicava formalmente revolucionário, que a passos largos vai se tornar mais uma legenda “domesticada” da esquerda social-democrata refém do regime democratizante

PSTU alia-se ao PCdo...
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EM NOME DA “REVOLUÇÃO”, OS CRETINOS DO PSTU INTEGRAM FRENTE POPULAR COM O PCDOB E PARTIDOS BURGUESES PARA APOIAR A CANDIDATURA DE EDMILSON RODRIGUES PELO PSOL, O EX-PREFEITO PETISTA QUE REPRIMIU PROFESSORES EM GREVE!

A direção nacional do PSTU acaba de lançar uma longa “nota pública” neste dia 02 de julho para defender o indefensável: aliança eleitoral com Edmilson Rodrigues, ex-prefeito petista de Belém e novamente candidato ao posto, agora pelo PSOL, tendo um vice indicado por ninguém menos que o PCdoB, partido de Aldo Rebelo, office-boy dos ruralistas e latifundiários! O mais tragicômico dessa comédia escandalosa de autoria dos morenistas da LIT é que cinicamente o fazem em nome da revolução socialista! Citam Lênin e Trotsky para justificar seu oportunismo político, que rompe a mais elementar fronteira de classe! A LBI foi a primeira corrente política a denunciar a aliança entre PSTU, PSOL e PCdoB em Belém no seu Blog político. Agora, diante das “explicações” do PSTU tentando enganar tolos, usando para isso o prestígio dos dirigentes da revolução proletária de 1917 para traficar seus acordos eleitorais escandalosos com partidos da base de apoio ao governo burguês comandado por Dilma Rousseff, nos sentimos na obrigação militante de refutar esses infames falsificadores do trotskismo. Não por “mera coincidência” os revisionistas da LIT-PSTU são os mesmos canalhas que na Líbia enlamearam o nome da IV Internacional quando se aliaram a OTAN e seus mercenários “rebeldes” para derrubar a “ditadura de Kadaffi” e perseguem caminho igualmente vergonhoso na Síria neste exato momento!

Antes de qualquer coisa um “pequeno detalhe” bastante revelador: literalmente todas as citações de Lênin e Trotsky usadas na “nota pública” da direção do PSTU tratam de situações não-eleitorais, nunca se referem a alianças com partidos burgueses, reformistas ou frente populistas para conformar governos nos marcos do regime capitalista. Não as citam porque simplesmente elas não existem! Lênin e Trotsky jamais defenderam a política de colaboração de classes e a formação de frentes eleitorais para gerir o Estado burguês! Reivindicaram sim acordos táticos para cumprir objetivos traçados pelo Partido Bolchevique para a vitória da revolução russa, como o celebrado por Lênin com o Kaiser alemão para ele chegar clandestinamente a Rússia em fevereiro de 1917 ou mesmo para por fim a participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial, como o acordo de Brest-Litovski celebrado em 1918. Também reivindicaram e concretizaram frentes únicas de ação contra o imperialismo e o fascismo, no caso concreto para derrotar o golpe de Kornilov contra Kerensky. Estes “acordos” não só são possíveis, como muitas vezes imprescindíveis para derrotar a reação!

Nada disso tem a ver com a fórmula tirada da cartola pelo PSTU e creditada a Lênin de “máxima flexibilidade na tática, absoluta rigidez nos princípios”! Tais manobras oportunistas fazem parte do receituário político do camaleão político Moreno e não do dirigente da Revolução Soviética e muito menos do fundador da IV Internacional! Na verdade, as próprias citações escolhidas “à lupa” pela direção do PSTU para justificar sua política frente populista vão no sentido contrário do que pretendem os morenistas, desabonam suas alianças burguesas. A luz do debate posto sobre a frente em Belém o que significa a frase de Trotsky reproduzida pelo PSTU, quando o velho bolchevique alerta que: “A regra mais importante, melhor estabelecida e mais inalterável a ser aplicada em qualquer manobra diz: você nunca deve se atrever a fundir, misturar ou combinar sua própria organização partidária com uma estranha, mesmo que esta pareça muito ‘simpática’ hoje. Não assumir tais passos que levem direta ou indiretamente, aberta ou mascaradamente, seu partido à subordinação a outros partidos ou organizações de outras classes, ou que restrinjam sua liberdade de ação, ou que o torne responsável, mesmo que em parte, pela linha política de outros partidos. Você nunca deve misturar as bandeiras, não deve ajoelhar-se perante outra bandeira”. Por acaso, esta afirmação não seria uma reprovação clara da subordinação dos revolucionários a um programa eleitoral de administração do capitalismo como faz agora o PSTU e uma oposição de princípio de apresentar inimigos de classe como aliados da revolução?

Lênin, Trotsky e a direção do Partido Bolchevique jamais foram “puros” quando se tratava de fazer acordos táticos ou apresentar políticas ousadas para preservar a revolução em momentos difíceis ou fazê-la avançar perante situações desfavoráveis. Ao contrário, os mesmos que defendiam a ditadura do proletariado levaram a cabo a “flexível” Nova Política Econômica (NEP), uma orientação de concessões às empresas capitalistas para investirem na URSS, inclusive em setores estratégicos, como a exploração de petróleo. Nem por isso foram ideólogos da restauração capitalista ao defenderem a NEP em 1921, como dizem alguns calhordas puritanos. Tomamos esse exemplo extremado para dizer que nada disso tem a ver com alianças eleitorais com partidos burgueses ou com gestores comprovadamente a serviço da classe dominante, vendendo gato por lebre aos trabalhadores! Este é o caso da aliança para a prefeitura de Belém, em uma frente encabeçada por um ex-prefeito petista que já gerenciou a administração municipal por dois (!) mandatos seguindo os interesses do capital, como bem sabem os militantes do PSTU que na época denunciaram as agressões da guarda municipal aos professores em greve ou o aumento de passagem para aumentar os lucros dos tubarões dos transportes!

O PSTU chega ao ridículo de afirmar que “Apoiados nessa coligação e na projeção que tem Edmilson, queremos potencializar ainda mais a agitação de um programa revolucionário na cidade, o que se expressa hoje em nosso slogan ‘Belém para os Trabalhadores’”. A quem pensa enganar a direção do PSTU? A sua própria militância? Qualquer ativista classista honesto sabe que Edmilson e sua administração estarão a serviço, como já esteve por oito anos, para gerenciar o capitalismo impondo sobre os trabalhadores o ônus da crise capitalista. Ao seu lado, na vice, o PCdoB dará ainda mais força a essa senda contrarrevolucionária, usando todo seu “know how” para isso, como faz a serviço do governo Dilma, na UNE e no Congresso Nacional! Ah! O PSTU avisa que as coisas não são bem assim em Belém: “Todos os partidos diretamente burgueses com os quais o PSOL queria fazer aliança desistiram da coligação um após o outro. Só sobrava mesmo o PCdoB, que não é um partido burguês, mas é um partido da base do governo Dilma, governo este que governa para a burguesia... A partir daí, diante do fato consumado de que o PSOL fecharia com o PCdoB, deveríamos definir se permaneceríamos na frente ou se nos retiraríamos dela devido à presença do PCdoB. Definimos que era correto permanecer e assim o fizemos. Mas por que definimos assim?” A resposta nos dá o próprio PSTU em um seu eleitoralismo vulgar: “A coligação também aumenta as chances de eleger um operário socialista e revolucionário para a Câmara de Vereadores: Cleber Rabelo, trabalhador da construção civil e dirigente do PSTU no estado”!

Não temos dúvidas que a “flexibilidade” do PSTU está voltada a eleger um vereador e ter o direito a seu “lugarzinho” no parlamento burguês em Belém. Mas a questão se coloca em termos ainda mais sérios! Edmilson e a coligação que encabeça personificam a própria frente popular na cidade, cumprindo exatamente o papel do PT, hoje fragilizado em Belém! O PCdoB é sem dúvida um partido pequeno-burguês completamente integrado ao regime capitalista. Por isto, representa os interesses de classe da burguesia. Seu vínculo com o movimento de massas está a serviço de bloquear as tendências de luta dos trabalhadores e ele é, além do próprio Edmilson, um fiador dos acordos com as empreiteiras, bancos, donos das empresas de transporte que financiam a campanha de Edmilson! Como pode o PSTU participar de uma frente assim e não se comprometer com seu programa e sua política? Impossível, como denunciavam os próprios militantes do PSTU quando criticavam o PSOL e suas alianças com PCdoB, PV, PPS, PT, PSB... pelo país afora! O que há de diferente? Absolutamente nada, nos diriam há tempos esses mesmos companheiros se o PSTU não tivesse no meio desse verdadeiro saco de gatos próprio do eleitoralismo embriagado!

Nós da LBI não estamos de forma alguma surpresos diante do salto de qualidade que o PSTU deu em sua política eleitoral, compondo com o PCdoB em Belém e apresentando a futura administração de Edmilson Rodrigues como capaz de ser um ponto de apoio para a “revolução”. Agora a “porteira está aberta” e como prega o dito popular “onde passa um boi passa uma boiada”. Esse desfecho político faz parte da “evolução” desse partido e da LIT que internacionalmente estão fazendo o jogo do imperialismo na Líbia e na Síria em nome da “defesa da democracia contra as ditaduras sanguinárias”, inclusive em “alianças táticas” com a OTAN e seus mercenários que também defendem a fantasiosa “revolução árabe”! Trata-se de um avançado processo de corrupção moral, político e material da LIT que está fazendo o próprio Moreno se revirar no túmulo! Nada mais “natural” do PSTU, “partido mãe” da LIT, deixar de lado os parcos arroubos ortodoxos que ainda preservava no terreno eleitoral para conquistar alguns postos parlamentares!

Buscando dividir a conta da traição imposta por sua direção com o conjunto da militância do partido, a nota do PSTU coloca por fim de forma “singela” a seguinte questão “Teria o PSTU entrado na mesma lógica dos partidos que tanto critica? Seria essa uma aliança sem princípios, como tantas que existem por aí?” Obviamente que sim, o PSTU embarcou de malas e bagagens na mesma “lógica” eleitoral do PSOL que antes tanto criticava. Mas a questão colocada é ainda mais profunda: estamos vendo, a partir da aliança estabelecida em Belém, o “começo do fim” do PSTU enquanto partido que se reivindicava formalmente revolucionário, que a passos largos vai se tornar mais uma legenda “domesticada” da esquerda social-democrata refém do regime democratizante, onde os apetites eleitoralistas, sindicalistas e aparelhistas, já com enorme peso no partido e que corrompem grande parte de sua militância vinculada a essas estruturas, vão esmagar qualquer traço de bolchevismo, ainda que formal, que mantinha até então o PSTU fora das alianças diretas com a burguesia e seus partidos! Afinal, somos materialistas e aqui se impões com a lógica de ferro a máxima “Diga-me com quem andas e eu te direi quem és”! Os militantes que ainda se opõem a essa política escandalosa da direção de seu partido devem tirar as lições programáticas dessa vergonhosa integração do PSTU ao regime da democracia dos ricos!

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