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Brasil: Há 49 anos do 1º de abril dos golpistas genocidas
Por Liga Bolchevique Internacionalista - Monday, Apr. 01, 2013 at 2:02 PM

Passados 49 anos do terrível golpe militar que infelicitou a nação, colocando-a sob a tutela direta do imperialismo ianque, os “herdeiros civis e democráticos” dos golpistas montaram uma verdadeira “indústria” estatal para promover a busca da “verdade” sobre os bárbaros acontecimentos perpetrados pelo regime militar e seus agentes sociais. Esta “indústria” produz cargos e comissões altamente remuneradas pelo botim estatal, além de vultosas indenizações a todos aqueles que vítimas da repressão reconheçam na democracia burguesa o regime por que combateram

Há 49 anos do 1º de abril dos golpistas genocidas: A única verdade a ser “revelada” é a necessidade da derrubada do capitalismo

O primeiro de abril, conhecido popularmente como o dia da mentira, foi o dia “D” escolhido pelos generais golpistas em conluio com a cúpula da UDN e setores do próprio PSD, para desencadear a ação militar que levaria a renúncia do presidente João Goulart. Logo se deram conta que o “dia da mentira” não era a melhor data para “celebrar” a contrarrevolução “redentora” que instalou o regime militar no país por mais de vinte anos. Os gorilas de farda, como meros falsários medíocres, fraudaram a data de sua própria intervenção reacionária na história e passaram a comemorar o “31 de Março” como o dia da vitória contra “o comunismo”. Passados 49 anos do terrível golpe militar que infelicitou a nação, colocando-a sob a tutela direta do imperialismo ianque, os “herdeiros civis e democráticos” dos golpistas montaram uma verdadeira “indústria” estatal para promover a busca da “verdade” sobre os bárbaros acontecimentos perpetrados pelo regime militar e seus agentes sociais. Esta “indústria” produz cargos e comissões altamente remuneradas pelo botim estatal, além de vultosas indenizações a todos aqueles que vítimas da repressão reconheçam na democracia burguesa o regime por que combateram. Em troca, o Estado capitalista lhes assegura também o justo “reconhecimento” de que lutaram “bravamente pela democracia e pelo estado de direito”. Deste “comércio” das indenizações e distribuição de “diplomas do mérito democrático” obviamente estão excluídos aqueles que teimam em reafirmar que a luta contra a ditadura militar representava, na verdade, o combate revolucionário ao regime capitalista da propriedade privada dos meios de produção. Em nossa modesta homenagem aos que tombaram ou foram torturados pelos facínoras a serviço do capital, reafirmamos a vigência do marxismo leninismo, a necessidade da construção do partido revolucionário e a manutenção da estratégia da guerra de classes para sepultar o modo de produção capitalista em todos os seus “formatos” políticos e institucionais. Declaramos sem nenhuma dissimulação ou artifícios que os dirigentes da LBI que militaram no período da ditadura militar (1964-1984) não reivindicam e nem tampouco aceitam receber do Estado burguês, através de seus governos da ordem (PT, PSDB), nenhum tipo de “reparação” financeira ou reconhecimento político “democrático”. Nossa “recompensa” pelos sacrifícios militantes e perseguições policiais sofridas só poderá ser concedida pela classe operária, que de forma abnegada e sincera reconhece historicamente seus melhores combatentes e heróis que não se deixaram corromper ou cooptar pelas cantilenas deste regime da “democracia dos ricos”.

Como mais uma manobra distracionista, bem ao estilo dos governos da centro-esquerda burguesa da América Latina, a frente popular agora sob o comando da ex-guerrilheira Dilma, resolveu promover a “Comissão Nacional da Verdade”, iniciativa seguida por outros organismos estatais em escala regional. O móvel político destas comissões seria o de realizar um resgate “histórico” das circunstâncias e responsabilidades pelos crimes da ditadura militar, ressalvado que todos os protagonistas deste cenário de prisões, torturas e covardes assassinatos estariam resguardados de qualquer responsabilidade jurídico-criminal em função da plena vigência da “Lei da Anistia”, promulgada pelo governo do general João Figueiredo. A partir desta “base pétrea”, ou seja, a impunidade constitucional aos genocidas, o governo Dilma promove toda uma sorte de “espetáculos”, que inclui expedição de certidões de óbitos, homenagens institucionais a militantes mortos (patrocinadas em muitos casos pelos próprios herdeiros do regime militar) e o mais “importante” é claro: “as generosas indenizações reparatórias”, como se a ideologia dos combatentes da esquerda revolucionária pudesse ser precificada. Desgraçadamente, a maioria das organizações marxistas, ex-militantes e familiares das vítimas da repressão militar, aceitou o “convite” para “celebrar” o advento da democracia burguesa e suas iniciativas “compensatórias”.

O golpe militar de 1º de Abril de 64 não se deu simplesmente para derrocar um governo civil frágil e impor um regime autoritário em nosso país, o objetivo dos golpistas foi o de “disciplinar” a classe operária brasileira no sentido do recrudescimento da acumulação capitalista em fase de larga expansão com o surgimento da indústria “nacional”. A ação golpista de longo prazo foi planejada nos bastidores da Casa Branca em associação direta com grupos econômicos transnacionais. O que estava em jogo naquele momento não era um conflito ente democracia versus autoritarismo militar, senão a preparação de novas bases econômicas para “desenvolver” o Brasil como uma subpotência regional, um entreposto comercial privilegiado do imperialismo ianque para toda a América do Sul. A partir da derrota política do proletariado brasileiro em 64, seguiu-se uma vaga de quarteladas nos países vizinhos, impondo o mesmo “modelo” de crescimento econômico, sempre baseado na dependência financeira, tecno-científica e até militar ao grande “Amo do Norte”.

A partir da rendição vergonhosa das forças políticas que davam base de sustentação ao governo Jango, incluindo o velho “Partidão”, a burguesia nacional passou a se utilizar um regime de força, com características fascistizantes, para potenciar o acúmulo de mais-valia do proletariado urbano ao mesmo tempo em que aprofundou a concentração fundiária. Neste mesmo período que em linhas gerais perdurou até 1974, instalou-se no país mais de uma centena de grandes empresas transnacionais, cabendo ao Estado o papel de indutor da infraestrutura nacional. Os governos militares passam a incentivar financeiramente o surgimento das megaempreiteras, que anos mais tarde iriam “tomar de refém” o regime democratizante. A classe operária atravessa uma fase de larga expansão, chegando a tornar a grande São Paulo nos anos 70, o segundo maior centro industrial do planeta.

Como já teorizou Marx, a democracia parlamentar é por excelência o melhor regime político para se consumar a circulação do capital, somente em etapas de transição econômica e crise de dominação a burguesia lança mão de governos autoritários para substituir temporariamente o “paraíso das liberdades formais”. Também nunca é demais sublinhar a elaboração marxista de que o Estado capitalista, independente do regime político instaurado, sempre é a representação da ditadura de classe da burguesia sobre o proletariado. No Brasil pós-64 não foi diferente, o regime militar foi um recurso temporal da burguesia contra as massas proletárias, visando a consolidação de um determinado “modelo” econômico dependente e associado ao capital internacional. Os heroicos combatentes da esquerda, que de arma em punho enfrentaram os organismos da repressão policial-militar, não estavam entregando suas vidas em nome da causa “democrática” ou em defesa programática do “estado de direito”, estavam sim combatendo decididamente pela abolição da exploração da classe operária e pela revolução socialista em nosso pais. Que as indenizações “democráticas” as recebam os que integravam as fileiras da oposição burguesa ao regime militar (apologistas da democracia como valor universal), os mesmos que fugiram covardemente, sem esboçar a menor resistência, aos primeiros sinais da chegada das tropas do general mineiro Odilo Mourão a cidade do Rio de Janeiro.

Os reformistas da “família chapa branca”, agora acompanhados escandalosamente pelos revisionistas do PSTU, transformaram a trajetória de luta da militância contra a ditadura em um verdadeiro “balcão de negócios”, onde a “regra” é acumular processos de “reparação” para serem “deferidos” em requintadas solenidades oficiais pelos mesmos governos “democráticos” que massacram a classe operária e o povo pobre e negro, que continuam a ser torturados nas delegacias das periferias deste país. Como marxistas revolucionários, não dissimulamos ilusões de que este regime bastardo irá punir ou condenar os agentes e mandantes da repressão que se abateu ferozmente sobre nossos camaradas, nossa justiça de classe somente emergirá quando a verdade histórica for “revelada” para as novas gerações de militantes “intoxicados” com a cortina de fumaça da democracia burguesa, ou seja a derrubada revolucionária do capitalismo foi e sempre será o norte de nossa luta!

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA
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