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Brasil: Institutos de Pesquisas de Opinião Manipuladores e Tendenciosos
Por Elizabete - Tuesday, Jun. 17, 2014 at 9:33 AM

Há um furo no resultado da pesquisa, pois o somatório dos candidatos que avançaram e dos candidatos que pontuaram na última pesquisa não é igual ao somatório das quedas da Dilma, do Randolfe Rodrigues, do Eduardo Campos e dos Brancos/Nulos/Indecisos. Enquanto o somatório dos perdedores importa em 7,8%, o somatório dos que avançaram e pontuaram importa em 7,6%

A Revista Istoé encomendou ao Instituto de Pesquisa Sensus uma pesquisa sobre as intenções de voto para as eleições presidenciais deste ano. A referida revista veiculou na sua última edição o resultado da pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa entre os dias 26 de maio e 5 de junho. Em comparação com a penúltima pesquisa realizada de 22 a 25 de abril pelo mesmo Instituto, a Dilma recuou de 34,0% para 32,2%, perdendo, portanto, 1,8%. Eduardo Campos caiu de 8,3% para 7,5%, perdendo 0,8%. Randolfe Rodrigues do PSOL perdeu 0,1%, caindo de 1,0% na penúltima pesquisa para 0,9% na última pesquisa. Nenhum/Branco/Nulo/Não Respondeu caiu de 33,9 para 28,8, uma queda, portanto, de 5,1%.

O total de pontos perdidos pelos Candidatos acima e por Brancos/Nulos/Indecisos importa em 7,8%.

Na penúltima pesquisa o Aécio Neves tinha 19,9%, passando para 21,5% na última pesquisa, subindo, portanto, 1,6%. Mauro Iasi, do PCB, subiu 1,4%, indo de 0,3% para 1,7%. Levy Fidelix foi de 0,1% para 0,2%, subindo 0,1%. O somatório dos pontos ganhos pelos candidatos importa em 3,1%.

Denise Abreu, José Maria e Eduardo Jorge, que não tinham pontuado na penúltima pesquisa, agora pontuaram 2,2%, 1,9% e 0,4%, respectivamente, o que importa em 4,5%.

Os Candidatos Pastor Everaldo e Eymael não avançaram nem recuaram, se mantendo com 2,3% e 0,4%, respectivamente.

Há um furo no resultado da pesquisa, pois o somatório dos candidatos que avançaram e dos candidatos que pontuaram na última pesquisa não é igual ao somatório das quedas da Dilma, do Randolfe Rodrigues, do Eduardo Campos e dos Brancos/Nulos/Indecisos. Enquanto o somatório dos perdedores importa em 7,8%, o somatório dos que avançaram e pontuaram importa em 7,6%, havendo, portanto, uma diferença de 0,2%. Estranho.

O problema está na pesquisa realizada de 22 a 25 de abril, pois o somatório do seu resultado ultrapassa 100%. O somatório dos resultados da penúltima pesquisa importam em 100,2%. Loucura, Tchê!

O Diretor do Sensus, Ricardo Guedes Ferreira Pinto, conclui, de sua atabalhoada pesquisa, que 'esses dados, embora ainda bastante discretos, indicam que a candidatura de Dilma pode estar começando a perder votos para o Aécio'.

Ora, porque Dilma não perderia votos para o José Maria e para o Mauro Iasi, que juntos ganharam 3,3%, pois eles se identificam muito mais com a Dilma do que o Aécio Neves, já que o Petismo pode não ser de esquerda mas o Anti-Petismo é de direita. Quem vota no PSOL, no PCB e no José Maria jamais votaria em Aécio Neves. Acho que num possível segundo turno até mesmo os eleitores de Eduardo Campos ficariam divididos entre a Dilma e o Aécio, pois eles se identificam mais com o PT que está mais ao centro, do que com o PSDB, que está mais à direita. De sorte que o avanço do Aécio se deve às custas do recuo do Eduardo Campos, pois ambos tem o cheiro da derrota, e do recuo de Brancos/Nulos/Indecisos.

A conclusão da pesquisa é manifestamente tendenciosa.

Porque o percentual da penúltima pesquisa ultrapassa 100%? Não terá sido tudo calculado? É muito mais impactante dizer que a Dilma recuou 1,8% do que dizer que ela recuou 1,6%, portanto, na penúltima pesquisa, a manipulação no percentual, que atingiu 100,2%, deve ter sido proposital para prejudicar a Dilma.

De acordo com o Diretor do Sensus, a suposta migração dos eleitores da Dilma para o Aécio decorreu do medo da inflação. Ora, isso não procede. A população teme a inflação porque ela corrói os salários, aumentando, conseqüentemente, os lucros. O Aécio Neves prometeu adotar medidas impopulares no primeiro dia de seu governo, caso seja eleito:

"Eu conversava com o Armínio Fraga e ele me perguntou: 'Mas é para [num eventual governo] fazer tudo o que precisa ser feito? No primeiro ano?'. E eu disse: 'Se der, no primeiro dia. Estou preparado para tomar as decisões necessárias, por mais que elas sejam impopulares'".

E, se depender do Arminio Fraga, a primeira medida impopular é a desvalorização dos já desvalorizados salários dos trabalhadores brasileiros. Veja na transcrição abaixo o que o Arminio Fraga, Ministro da Fazenda do Aécio, se ele for eleito, pensa do salário mínimo:

"É outro tema que precisa ser discutido. O salário mínimo cresceu muito ao longo dos anos. É uma questão de fazer conta. Mesmo as grandes lideranças sindicais reconhecem que, não apenas o salário mínimo, mas o salário em geral, precisa guardar alguma proporção com a produtividade, sob pena de, em algum momento, engessar o mercado de trabalho."

Traduzindo, o Arminio Fraga quer dizer que se um operário trabalhar 10 horas por dia e sua produção equivaler a R$ 100,00 e desse montante o operário recebe R$ 40,00, ficando o patrão fica com R$ 60,00, se a produtividade do trabalho aumentar em um décimo, o que significa que o trabalhador agora produzirá em 10 horas o que antes só produziria se trabalhasse 11 horas, e sua produção aumentará em R$ 10,00, passando a ser R$ 110,00, o mercado de trabalho engessará se dos R$ 10,00 adicionais o patrão ganhar menos de R$ 6,00 e trabalhador ganhar, consequentemente, acima de R$ 4,00. Para que o mercado de trabalho não engesse, o trabalhador terá que produz R$ 110,00 terá que ganhar R$ 44,00 e o patrão, R$ 66,00. Antes do aumento da produtividade a diferença entre o lucro do patrão, (R$ 60,00), e o salário do trabalhador, (R$ 40,00), era de R$ 20,00. Depois do aumento da produtividade, a diferença entre o lucro (R$ 66,00) e o salário (R$ 44,00) é R$ 22,00. É por isso que a pobreza absoluta do trabalhador diminui mas sua pobreza relativa aumenta.

De acordo com a dupla Aécio Neves/Arminio Fraga, se o trabalhador que produz R$ 110,00 por dia ganhasse uma diária de R$ 44,50 e o patrão obtivesse um lucro de R$ 65,50, o mercado de trabalho engessaria. É um falso dilema defender que mercado de trabalho aquecido depende de baixos salários. É a mesma política econômica defendida pelo Delfim Netto, o qual afirmou, há poucos dias, que 'o crescimento só pode ser sustentado com aumento da produtividade do trabalho superior à do salário real'.

Quem deve tá migrando para o Aécio Neves são os eleitores patrões, não os eleitores trabalhadores.

A Dilma está sendo perseguida pelo Aécio Neves, mas tal qual dois amigos que estão fugindo de um urso feroz, a Dilma não precisa correr mais rápido do que o Aécio, ela só precisa correr mais rápido do que Brancos/Nulos/Indecisos.

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