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Lula não vai ser preso nem vai virar Presidente, ele vai ser assassinado.
Por Há uns mais iguais do que outros - Friday, Mar. 18, 2016 at 11:11 AM

Quando foi conduzido sob vara, apesar de não ter se recusado a atender à intimação, o Lula disse que se o deixassem solto, ele seria eleito presidente, se o prendessem, ele viraria herói, e se o matassem, ele viraria mártir. Pois bem, a elite não vai prender o Lula nem vai deixá-lo livre: ela vai assassiná-lo, já tendo inclusive começado o seu martírio.

Lula não vai ser preso nem vai virar Presidente, ele vai ser assassinado. Já começaram a martirizá-lo.

Há quase 170 anos, Marx e Engels escreveram no Manifesto Comunista que a classe média vai se proletarizar, em parte porque o seu pequeno capital não chega para o empreendimento da grande indústria, sendo ela derrotada pela concorrência dos grandes capitalistas, em parte porque a sua habilidade é desvalorizada por novos modos de produção. A maioria da classe média, entretanto, acredita que o problema da sua bancarrota é político, e não econômico. Assim, eles estão sempre em luta contra os governos de plantão. Em razão dessa crença, e por achar, portanto, que seu problema não é econômico, mas político (corrupção), ela votou no Lula nas 3 eleições em que ele foi derrotado e também na que ele derrotou os Tucanos. Mas tão logo começou o seu governo, e não tendo forças para paralisar o declínio da classe média e menos ainda para revertê-lo, a classe média o abandonou e começou a olhar para trás e a suspirar pelas panelas de carne do Egito, em outras palavras, em vez de avançar, lutam, em vão, desde então para girar para trás a roda da História. Para isso, se aliam ao que há de mais reacionário no Brasil.

Já a classe trabalhadora, que sempre tinha votado e eleito seus próprios algozes, elegeu Lula 2 vezes, elegendo a Dilma também duas vezes, e se tornou aliada do Lula, independentemente do terrorismo econômico, político e social que pregam em cada campanha presidencial. É que o Lula não conseguiu paralisar a decadência da classe média mas conseguiu fazer os pobres melhorarem suas condições de vida, através da valorização do salário mínimo e através de políticas assistencialistas. Construiu muitas casas populares, elevou o nível da educação, entre muitas outras coisas que suavizaram o sofrimento dos trabalhadores. Tudo isso foi viabilizado pelo preço das commodities no mercado internacional e pela parceria comercial com a China e com o Irã, entre outros países. Como a queda da classe média não foi paralisada pelo Lula e como os pobres começaram a ter suas condições melhoradas, a classe média começou a dizer que seu declínio era culpa não dos capitalistas, mas dos trabalhadores e do Lula, que distribuía para os pobres os tributos que a classe média pagava, incentivando as mulheres pobres a terem muitos filhos e os homens pobres a não mais trabalhar. Desde então, a classe alta, a classe média, a imprensa e o judiciário te tentado retomar o governo federal das mãos do PT, mas foram derrotados 4 vezes consecutivamente. Para não correrem o risco de serem derrotados mais uma vez, partiram para o tudo ou nada: acabar com o Lula e dar um golpe branco, destituindo a Dilma. É que eles precisam voltar ao governo federal a fim de apatolarem o dinheiro que é distribuído aos pobres pelo PT, já que o capitalismo está em queda livre desde 2008.
A elite sanguessuga precisava do Lula em 2002, já que ela precisava fazer a reforma da previdência e, como ela já tinha imposto aos trabalhadores o fator previdenciário sobre os trabalhadores, eles se deram conta de que um “Lulinha Paz e Amor” conseguiria evitar o estouro da boiada. Quando o PT fez a reforma da Previdência, a elite tentou se livrar dele, e passou a chamar o Caixa 2, que ela sempre praticou, de Mensalão. Não tiveram sucesso. O Lula foi reeleito em 2006 e elegeu a Dilma em 2010 e em 2014. Agora inventaram o Petrolão, como se ele fosse novidade, e não institucionalizado desde 1997. Já tentaram o golpe de todas as formas, mas até agora não conseguiram o apoio dos trabalhadores e, portanto, o número de golpistas não chega nem a 1% da população.

Com a desaceleração econômica da China, o Brasil entrou em crise. Agora a burguesia precisa desvalorizar o salário mínimo e abocanhar os recursos destinados ao assistencialismo para manter a sua acumulação. É que para a elite, quando pior para os pobres, melhor. Assim, aproveitando a crise, a elite, juntamente com o judiciário, a classe média e a imprensa partiram para o tudo ou nada: nem prender o Lula, para que ele não vire herói, nem deixá-lo solto, para que ele não vire presidente, mas matá-lo. E já começaram o processo do martírio, que é presidido pelo Sérgio Moro, que é quem deveria estar sentado no banco dos réus de um Tribunal Popular, muitíssimo mais do que o Lula. Não bastasse a sua condução coercitiva, agora grampearam-no, bem como grampearam a Dilma. Como se isso não bastasse, tornaram pública a sua vida privada. E quando o Lula e a Dilma reclamam da invasão de suas privacidades, o bailarino metido a jurista Ives Gandra diz que contra o crime não existe privacidade, nada obstante o Sérgio Moro tenha dito que "não há nenhum indício nos diálogos ou fora deles de que estes citados (Lula e Dilma) teriam de fato procedido de forma inapropriada e, em alguns casos, sequer há informação se a intenção em influenciar ou obter intervenção chegou a ser efetivada". A solução seria grampear todo mundo e se, nos diálogos, não houver nenhum indício de que os interlocutores estejam procedendo de forma inapropriada, apesar de aparentemente tentarem praticar crimes, a gente publica a privacidade dos grampeados, e, se eles reclamarem, a gente afirma que contra crime não há privacidade. Se as pessoas grampeadas não aparentarem cometer crimes, a gente não publica a privacidade invadida, e eles não saberão que estão sendo interceptados.


Até bem pouco tempo atrás, a elite ainda via utilidade no PT para aumentar a idade mínima de aposentadoria sem o estouro da boiada. E se pouparem o PT, ele aumentará a idade mínima de aposentadoria, em vez de reduzir a jornada de trabalho, o que daria descanso merecido para os idosos e emprego para a juventude, a qual sem perspectiva de emprego, se entrega ao submundo das drogas e do crime. Mas com a desmoralização do pai dos pobres, os pobres também ficarão desmoralizados, e, com isso, a burguesia, sozinha, reduzirá a maioridade penal, elevará a idade mínima de aposentadoria, acabará com o assistencialismo, desvalorizará o salário mínimo, privatizará as cadeias, implantará a terceirização geral, imporá a pena de morte, institucionalizará os linchamentos e a tortura, etc.

Quando foi conduzido sob vara, apesar de não ter se recusado a atender à intimação, o Lula disse que se o deixassem solto, ele seria eleito presidente, se o prendessem, ele viraria herói, e se o matassem, ele viraria mártir. Pois bem, a elite não vai prender o Lula nem vai deixá-lo livre: ela vai assassiná-lo, já tendo inclusive começado o seu martírio.

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