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Michel Temer pode piorar o problema do desemprego, em vez de solucioná-lo
Por André Martinez - Tuesday, Sep. 20, 2016 at 9:58 AM

se Michel Temer elevar a jornada de trabalho de 8 para 12 horas, ele vai elevar o nível de desemprego, em vez de diminuí-lo. Este Governo ilegítimo, que acena que vai tomar medidas impopulares mas não acena que vai tomar medias anti-elitistas, muito pelo contrário, vai piorar a situação da classe trabalhadora, em vez de solucionar o problema do desemprego.

O índice de desemprego no Brasil está estratosférico e, portanto, alarmante. De acordo com o Governo e com a mídia corporativa, o desemprego não deriva da falta de capital para investir mas do medo de empregar nutrido pelo empresariado, em decorrência da suposta rigidez da legislação trabalhista, que, segundo eles, deve ser flexibilizada.

Entre as medidas de flexibilização da legislação trabalhista, a fim de que os capitalistas confiem no governo e percam o medo de investir, estão a terceirização das atividades-fins das empresas, que precarizará ainda mais as relações de trabalho, e a elevação da jornada de trabalho para 12 horas.

No dia 26 de julho do corrente ano, Analistas conceituados, entre eles Merval Pereira, Miriam Leitão, Colunistas do Jornal O Globo, José Márcio Camargo e José Pastore se reuniram num evento promovido pelo O Globo, com apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, no Centro do Rio de Janeiro e chegaram à conclusão de que é necessário mudanças urgentes na legislação trabalhista, a fim de que o Brasil retome o crescimento econômico e gere emprego e mais lucro para os capitalistas.

De acordo com Pastore, para quem a criação de um cenário de confiança para investimentos trará resultados positivos, “hoje, no Brasil, prevalece O MEDO DE EMPREGAR. As regras para contratação são rígidas, e isso é perverso, principalmente, num momento como este. A flexibilização das leis trabalhistas se faz necessária, desde que boa para as duas partes, como negociação do pagamento e cálculo de horas extras
Já para José Márcio Camargo, “tem regra demais. Isso afasta os investimentos. E o crescimento depende fundamentalmente de três fatores: investimento em capital humano, investimento em capital físico e progresso tecnológico. Crescimento depende só de produtividade”.

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Como constatado na manifestação dos conceituados analistas, o que falta não é capital para investimento e, portanto, criação de empregos, mas o medo de empregar em razão da inflexível legislação trabalhista.

O José Márcio Camargo afirmou que o crescimento depende só de produtividade. Tem razão o conceituado analista?

Sim, o conceituado analista tem razão, mas razão parcial. O crescimento depende do nível do investimento mas o nível de investimento produtivo depende da demanda efetiva, da eficiência marginal do capital, isto é, da taxa de lucro, e da taxa de juros. Se a expectativa de demanda efetiva é baixa, os capitalistas reduzem seus investimentos. Se a expectativa de demanda efetiva é alta mas a taxa de lucro é baixa, os capitalistas também reduzem seus investimentos. Se a expectativa da demanda efetiva e a eficiência marginal do capital são elevadas mas a taxa de juros é estratosférica, como no Brasil, o capitalista prefere especular, em vez de investir na produção.

Assim, a redução da taxa de juros seria mais efetiva na redução do índice de desemprego do que a redução dos direitos trabalhistas, pois enquanto a redução de direitos trabalhistas culminará na piora da situação da classe trabalhadora e, portanto, em menor demanda efetiva por parte dos trabalhadores e, conseqüentemente, menores investimentos por parte dos capitalistas, a redução da taxa de juros implicará em investimentos produtivos em detrimento da especulação.

No que se refere à jornada de trabalho, a sua elevação para 12 horas fará os capitalistas perderem o medo de contratar trabalhadores?

Suponha que um empresário tem 3 empregados, com jornada de trabalho de 8 horas. Os 3 empregados produzem, diariamente, determinada quantidade de mercadorias. Se a jornada de trabalho é elevada de 8 para 12 horas, 2 empregados são suficientes para produzir a mesma quantidade de mercadorias. Nesse caso, o empresário vai contratar um quarto trabalhador ou vai despedir um dos três empregados?

Se ao invés de elevar de 8 para 12 horas, a jornada de trabalho fosse reduzida, sem prejuízo do salário, para 6 horas, aí, sim, o empresário teria que contratar um novo trabalhador a fim de produzir a mesma quantidade de bens.

Como visto, se Michel Temer elevar a jornada de trabalho de 8 para 12 horas, ele vai elevar o nível de desemprego, em vez de diminuí-lo. Este Governo ilegítimo, que acena que vai tomar medidas impopulares mas não acena que vai tomar medias anti-elitistas, muito pelo contrário, vai piorar a situação da classe trabalhadora, em vez de solucionar o problema do desemprego. Ou este Governo é estúpido ou usa de má-fé para com a classe trabalhadora. Em qualquer dos casos, ele não é a cura para o Brasil, mas parte da doença.

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Se o crescimento depende só de produtividade...
Por Pregunta - Tuesday, Sep. 20, 2016 at 2:05 PM

Se o crescimento depende só de produtividade, pergunte ao Camargo porque os países do primeiro mundo mudam seus parques industriais para o terceiro mundo, principalmente para a China e Índia, onde a produtividade é muito mais baixa?

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