Julio López
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[Anarquismo] Via Combativa - Revista teórico-política da UNIPA - Nº02
Por União Popular Anarquista - UNIPA - Wednesday, Nov. 30, 2011 at 6:55 PM
unipa_net@yahoo.com.br

Sumário: - Plataformismo X Sintetismo: Da crise do anarco-comunismo ao resgate do bakuninismo (pag. 4) - Esboços da Teoria Anarquista da Revolução Brasileira: Análise do desenvolvimento capitalista brasileiro e das lutas de classes (1980-2011) (pag. 12) - A incorporação das centrais sindicais à estrutura do Estado e a consolidação do sindicalismo oficialista no Brasil (pag. 22) - A política revolucionária e a pequena política burguesa e reformista: Balanço anarquista das eleições 2010 no Brasil e o cenários para os próximos anos (pag. 30)

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VIA COMBATIVA - Nº02 - Novembro de 2011
Revista teórico-política da União Popular Anarquista (Brasil)
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-> http://brasil.indymedia.org/media/2011/11//500719.pdf



EDITORIAL:

O segundo número da revista Via Combativa visa apresentar outra fase de desenvolvimento da teoria anarquista. Nesse sentido, o primeiro número apresentou algumas formulações sobre o pensamento bakuninista na história. Apresentamos outra história do anarquismo – que não era a história de indivíduos nem de acontecimentos isolados. Mas a historia de um contexto, o da formação do movimento operário e socialista. E como naquele contexto, do século XIX, o bakuninismo foi uma das mais importantes correntes.

No primeiro número também apresentamos um sumário das principais bases do pensamento bakuninista. O conteúdo da sua filosofia – o materialismo – e suas principais teses sobre as forças coletivas e sobre o estatismo na história. Dessa maneira, delineamos publicamente algumas das bases do desenvolvimento da teoria anarquista.

Mas o segundo número já coloca um passo adiante. Não se trata mais de falar da história do anarquismo. Ou mesmo de analisar o pensamento de “Bakunin”. Essas tarefas foram apenas o passo inicial. A verdadeira teoria começa com a aplicação do bakuninismo enquanto conjunto de teses, conceitos e método de análise à história e sociedade. É essa realização que o número 02 da Via Combativa realiza, mesmo que parcialmente. Ela apresenta a aplicação do método materialista de Bakunin a interpretação de acontecimentos históricos.

Falamos aqui de acontecimentos distintos. O primeiro texto da revista Via Combativa traz um olhar sobre o debate entre “plataformistas e sintetistas” nos anos 1920. Ao contrário do que o ecletismo anarquista e de suas mistificações, como o texto demonstra, todos os anarco-comunistas se alinharam na proposta sintetista. A alardeada contradição entre “especifismo” e “sintetismo” não passa de uma mistificação histórica. O especifismo foi uma crítica do “anarco-sindicalismo” e individualismo, mas aqueles que defendiam a organização especifica – especialmente Malatesta – se aglutinam na proposta de “síntese”. O sintetismo foi a evolução final do revisionismo e ecletismo, antes deste tornar-se abertamente contra-revolucionário.

O segundo texto apresenta uma síntese das teses que foram elaboradas para o terceiro congresso da UNIPA em 2007 e que esperamos publicar em breve sob a forma de livro. É a primeira tentativa de fazer uma análise global do desenvolvimento capitalista brasileiro de uma ótica anarquista. Nesse sentido, iniciamos uma síntese histórica – ao contrário do que as atuais correntes neoliberais e mesmo marxistas fazem – que tenta mostrar a lógica do desenvolvimento capitalista brasileiro. O principal argumento do texto consiste em mostrar que “existe um encadeamento entre a teoria marxista e a análise de classes sobre a sociedade brasileira, a estratégia política reformista e os programas defendidos”. Assim explicitamos as raízes teóricas do reformismo brasileiro e como a superação das contradições do movimento de massas dependem de uma superação dessa teoria da revolução, que na realidade é uma teoria da reforma.

Os dois outros textos são textos de conjuntura. Um artigo tem por objetivo analisar o significado sociológico e histórico da Lei n° 11.648 (que substitui o PL 1990/2007), conhecida com a “Lei das Centrais Sindicais”. Essa lei operou a conversão das centrais sindicais em centrais oficialistas, num contexto socioeconômico de acumulação flexível de capitais, onde as imposições da reestruturação produtiva implicam na precarização, na fragmentação, no desemprego estrutural e na ampliação das formas de superexploração da força coletiva dos trabalhadores. Esse acontecimento sequer foi problematizado dentro do movimento sindical. Foi alardeado como uma “conquista” mesmo pelos setores que se dizem de oposição. No interior da CONLUTAS no período 2007-2008, a UNIPA defendeu uma política de combate à lei das centrais sindicais. E ninguém, nem mesmo o eclestismo-revisionista anarquista vai além de palavras de ordem genéricas e analisa o significado desse movimento histórico de estatização do sindicalismo.

Por fim, o nosso último artigo é um desdobramento dos anteriores sobre o desenvolvimento capitalista brasileiro e a luta de classes. Ele faz uma análise das eleições presidenciais em 2010. E mostramos que apesar da vitória de Dilma/PT, existe um amplo espaço para o desenvolvimento de uma linha de luta de massas revolucionária. Basta romper com a mistificação da política burguesa (de que fazer política é fazer a política burguesa em escala nacional) e fazer a política proletária em escala local, mas estrutural. Isso significa levantar temas que afetem a estrutura da estratégia de dominação e acumulação capitalista.

Dessa maneira a revista Via Combativa pretende continuar sua missão: articular teoria e prática. Esse segundo número avança nessa realização. Esperamos que ela possa ser um instrumento de formação de militantes revolucionários e de ativistas da classe trabalhadora em geral.

ANARQUISMO É LUTA!
BAKUNIN VIVE E VENCERÁ!

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