Fente Popular Antifascista 19 de Março
Por FPA-19M - Tuesday, Mar. 29, 2005 at 12:58 AM

Diante desta bárbara agressão fascista, resolvemos criar a Comissão Provisória da Fente Popular Antifascista 19 de Março (FPA – 19M).

FENTE POPULAR ANTIFASCISTA 19 DE MARÇO

Na última manifestação contra a Guerra do Iraque, uma horda de camisas-negras anarcopunks, entoando a palavra de –ordem – “Morte à Escória Vermelha ” – , investiram sobre os manifestantes agredindo-os covardemente. Diante desta bárbara agressão fascista, resolvemos criar a Comissão Provisória da Fente Popular Antifascista 19 de Março (FPA – 19M).

ANTECEDENTES HISTÓRICOS:

A Batalha da Praça da Sé

A 7 de outubro de 1934, os integralistas de Plínio Salgado dispuseram-se a uma grande manifestação na Praça da Sé, em São Paulo. Os camisas-verdes de todo o país acorreram ao evento, cujo caráter de provocação antidemocrática era flagrante.

A mobilização antifascista foi imediata: todas as forças populares, democráticas e de esquerda deram uma exemplar demonstração de unidade na ação – entidades, associações e personalidades seu uniram para uma contra manifestação em defesa das liberdades democráticas. Um amplo leque de forças aglutinou-se e constituiu uma coordenação antifascista, a Frente Única Proletária com o PCB (através de Hermínio Sacchetta), a Juventude Comunista (com Noé Gertel e Arnaldo Pedroso d´Horta), os trotsquistas (representados por Fúlvio Abramo, em nome da Liga Comunista Internacionalista), o Partido Socialista (de Francisco Giraldes Filho e Zoroastro Gouvêa) e os anarquistas. Esta coordenação, por meio de boletins e comunicados, convocou a população para impedir a provocação fascista. João Cabanas do PS, Euclides Krebs, do PCB, entre outros, articularam a ação armada que contou com o apoio de setores da Força Pública influenciados por Miguel Costa.

Às 14 horas daquele Domingo, quando as colunas integralistas (quase 3.000 camisas-verdes) se movimentaram, pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio, em direção à Praça da Sé, já políciada, a multidão tomou posição. A chegada dos integralistas abriu o conflito: palavras de ordem, comícios-relampagos e um tiroteio que só terminou quando os adeptos do fascismo abandonaram o local.

O saldo do confronto – numerosos feridos e quatro mortos, entre os quais Décio Pinto de Oliveira, estudante de direito e militante da Juventude Comunista – , conhecido depois como a “Batalha da Praça da Sé”, transcedeu largamente o aspecto político imediato de uma grande recusa popular do integralismo. Mais do que uma desmoralizante derrota de Plínio Salgado e suas hordas obscurantistas, assinalou um “ensaio geral” da política de frente ampla antifascista, preconizada depois pelo PCB e que daria origem, ulteriormente, à Aliança Nacional Libertadora (ANL).

ATUALIDADE:

No dia 19 de março de 2005, durante uma manifestação contra a Guerra do Iraque, uma horda de camisas-negras anarcopunks, entoando a palavra de ordem – “Morte à Escória Vermelha” – , investiram sobre os manifestantes, agredido-os covardemente. Não podemos nos calar diante desta covarde agressão fascista, nem admitir o ressurgimento de organizações de caráter fascista como os que hoje se auto-intitulam como “anarcopunks”.

Diante desta séria ameaça, fundamos a Comissão Provisória da “Fente Popular Antifascista 19 de Março”, cujo objetivo é irmanar todos os comunistas, socialistas e anarquistas, dos mais diferentes matizes, e ainda todos àqueles que se opõe ao fascismo, numa ampla frente popular antifascista. Soa a hora de deixar-mos de lado o sectarismo que permeia muitas de nossas organizações, e de unir-mos no combate a um inimigo comum: as hordas fascistas que novamente mostram as suas garras, agora organizados sob a forma de um pretenso movimento “anarcopunk”.

Alertamos também, que temos informações que estes fascistas estão se preparando para causarem tumultos e agredirem manifestantes dos partidos de esquerda no próximo 1º de maio. Estejam atentos.

Abaixo a barbárie fascista!

Ass.: Comissão Provisória da “Fente Popular Antifascista 19 de Março”.

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